Filósofos nas barbearias

A barbearia estava cheia, a conversa animada, entre homens os assuntos eram variados, a liberdade estava solta naquele ambiente em que poderia definir-se tudo. Geralmente os barbeiros possuem um imenso conhecimento geral, porque lidam com diversas personalidades. Uma das mentes filosóficas começou o assunto assim:

--- Tempos ruins, acabou-se a tranquilidade, bons tempos de simplicidade eram aqueles dos nossos avós, tempos antigos mesmo! Hoje em dia qualquer criança já sabe tudo, não adianta tentar corrigir, nem bater os pais podem, a tal da liberdade desses tempos modernos protege excessivamente e com certeza ser livre demais atrapalha o ser humano. (um dos filósofos lançou sua tese) outro filósofo começa:

--- meu amigo, estais coberto de razão, falar o que pensa, isso é ser livre pra debater prejudica muito, muitas mensagens negativas podem prejudicar enormemente as pessoas que absorvem muitas palavras devastadoras, imagine que tem-se lançado abertamente a negação do sobrenatural? Nega-se tudo: a existência de Deus, controvérsia da divindade de Jesus Cristo, e muitas coisas mais! Antigamente certas coisas havia um certo medo de dizer. O ardor da conversa se estendia até que outro filósofo com certas semelhanças ao grande pensador Nietzsche, declara as suas reflexões ou talvez convicções:

--- talvez haja muitas controvérsias nos seus pensamentos, na questão de tempos ruins de agora, colocando os tempos bem antigos no paraíso, outra coisa nos assuntos de Deus, Jesus, tudo se referindo ao espiritual, e se for tudo bem diferente, já pararam pra pensar? E se o ateísmo não for tão prejudicial, mas as religiões sim.

Aí o último argumento fechou o tempo, pude constatar a firmeza de outro filósofo afirmando que:

--- Meus amigos, sim tem algumas verdades que todos vocês disseram, devemos aceitar que somos humanos, imperfeitos e ao mesmo tempo detentores de diversas sabedorias, somos enquadrados nos mistérios, então eu acredito que de acordo com uma citação: “na ciência é preciso ver pra crer e na religião é preciso crer pra ver”. E crer é acreditar que tudo tem um propósito, nada existe por acaso, tudo tem um começo e um fim e somente Deus é o começo e o fim... Houve uns segundos nas conversas, mas parecia séculos de silêncio.

E eu como um simples espectador pude constatar naquele último filósofo de barbearia uma certa semelhança com São Tomaz de Aquino.