Conto Natalino Para meditação

Nasceram na véspera do Natal e na mesma hora. José, em uma casa de sapé coberta de palha e de chão batido num humilde sítio de onde sua família tirava o sustento; Antônio, num luxuoso hospital assistido por renomados médicos.

José cresceu sendo orientado por sua mãe e ser honesto, solidário, religioso devoto da padroeira da cidade e solidário com os necessitados. Com sacrifício juntou dinheiro tirou a carteira de motorista e pouco tempo depois comprou uma caminhonete que de tão velha parecia uma carroça, com a qual levava aos sábados a produção do sítio para vender na feira.

Antônio cresceu tendo todos seus caprichos atendidos, tornando-se um jovem rebelde, arrogante prepotente e extremamente ganancioso. Quanto mais tinha mais queria e, conseguia por qualquer modo: Enganado, roubando dos mais fracos e tudo mais. Tinha carros luxuosos, jatinhos, lanchas e tudo que queria ter ainda que passando por cima de todos.

Ao completarem trinta e três anos num sábado véspera do Natal, José vinha com sua camionete carregada das frutas e verdura do sítio da família para vender na feira como fazia todas as semanas e Antônio pela mesma estrada em sentido contrário dirigindo seu Jaguar do ano em altíssima velocidade, regressando de uma noitada boemia. Ao se aproximarem, Antônio deu um cochilo, perdeu o controle do carro o qual se jogou sobre a velha camionete do José. Ambos tiveram mortes instantânea. José que nada tinha, nada deixou; Antônio que tudo tinha do bom e do melhor, nada além de flores levou no caixão.

Não conseguiu negociar com a morte o translado para o além de suas tralhas.