Ano Novo, promessas antigas.

5, 4, 3, 2, 1… Feliz ano novo!

Fogos de artifício, tudo se torna caótico, abraços, beijos, ligações, todo mundo quer desejar milhões de coisas para alguém. No meio de todo o ritual familiar, me encontro um tanto perdida, abraço os parentes e tento não pensar no ano que passou, as reflexões me trariam lágrimas e a última coisa que preciso agora é chorar.

Chegando em casa as coisas mudam de figura, prende os cabelos, escova os dentes, toma um banho, os brincos jogados na mesa, os anéis espalhados por aí, estica os lençóis, é hora de deitar. Me deixou cair no colchão, agora posso lamentar as angústias do ano que se foi, vejamos, amores perdidos, um coração angustiado, a vontade iminente de morrer, solidão… são tantos termos que acabo divagando em meio aos pensamentos, até que finalmente as lágrimas se fazem presentes.

Choro como criança, chego a soluçar para validar a sinceridade da minha dor, consegui passar por um ano muito difícil e bato nas minhas costas por isso, mas não deixa de ser melancólico, deixei muitas coisas para trás, mudei muito, ainda estou mudando e o processo é doloroso, sempre é. Este ano já fiz promessas e sei que não vou cumprir nem a metade, o ano é novo, mas as promessas são antigas, será que um dia eu cumpro?

O choro me parece infinito, me mantenho em um estado inerte e melancólico, mas uma coisa me dá um pontinha de esperança, tomei banho de sal grosso, guardei semente de romã na carteira e usei rosa na virada, pelo menos amor e dinheiro estão garantidos, o espírito tá lavado também, do resto eu vou ter que correr atrás, mas por enquanto fico por aqui.

Se cada "feliz ano novo!" me fizesse, de fato, ter um ano feliz, estava feita.

Brenda Nascimento
Enviado por Brenda Nascimento em 01/01/2020
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