...Um “louco” pensador.

“O medo de errar intimida a muitas pessoas... mas não aquelas que realmente querem tentar”...

Quando chega a noite, bem luminosa com suas milhares de estrelas, que lanção inspirações nos poetas sofridos e desestruturados pela solidão, lá está eu e meu grande amigo, nos deixamos levar pelas ondas dos devaneios, das lembranças e dos desejos, dos sonhos e das felicidades incondizentes.

Bem... Mas quando a noite cai (que não seja em cima de mim) na aurora de sua madrugada fria, onde se possa, unicamente, ouvir os grilos com suas incômodas melodias, os pingos d’água caindo da torneira ao lado do meu quarto, o som da escuridão, o meu velho violão encostado na parede, que sempre quando olho pra ele, reflete minha imagem no seu tom escurecido, a minha velha cama toda barulhenta, com um colchão que já não dispõe mais de tanta suavidade e aconchego e, as saudades que me trazem as lembranças que me fazem refletir... às vezes querendo reviver alguns momentos aprisionados nas grades do passado.

E estando muito longe de minha pátria, convido meu grande amigo e começo a compartilhar tudo com ele. Quando o peguei pelo braço e levei até meu quarto, percebi seu olhar assustado vendo tal desordem. Apesar de ele ser muito pequeno, os calçados estavam espalhados, alguns livros jogados ao chão e outros amontoados juntamente com roupas... é bem melhor assim! Sinto-me mais livre.

...E, no clarão do vagão. Já se passavam das duas e meia da madrugada, eu sem sono falei ao Branquelo (é assim que o chamo).

- Muitas pessoas dizem que sou louco, só porque às vezes digo frases e pensamentos que são, quase sempre, contundentes. Entretanto, eu mesmo disse outro dia: de que adiantaria criticar se não fosse criticado também? Gosto de criar uma discussão proveitosa acerca de temas sobre os quais muitos se omitem a falar, mas, o pior disso tudo é que sou quase sempre mal interpretado por estes malucos, o problema é porque eles estão alienados aos erros, e eu não. É porque não escolho cara para lutar, mas sim causas.

- Sempre fiz questão que meu amigo Branquelo, arquivasse todas as minhas loucuras, tudo porque talvez, um dia, nasça um louco que também, ande pelas noites olhando para o céu e desejando desenvolver equações matemáticas que dessem a exata precisão da distância entre a terra e as estrelas sem utilizar de tecnologias tão sofisticadas, um louco que corre da universidade até sua casa debaixo de chuva, um louco que não se preocupa muito com os palavreados agressores de outras pessoas, um louco que pouco se preocupa em ser um majestoso conhecido da mídia, mas escreve expressando o real e seus sentimentos. Porque assim sou eu. E se um dia nascer alguém com todas estas qualidades, gostaria muito de conhecê-lo e tenho certeza que faria o mesmo.

Gosto de questionar os intitulados “Deuses do conhecimento” e sou fiel ao Deus da humildade, do amor e da sabedoria. Sou louco porque defendo uma educação voltada não somente para o conhecimento, mas também para os valores e respeito aos menos favorecidos e não para as bases capitalistas, visando simplesmente lucros. Sou louco porque digo que o homem destruirá a si mesmo com sua arrogância.

“A cisão do homem para com o nosso criador faz-nos ficar restrito aos conhecimentos e sabedorias a nós concedidos”.

Dizem que sou louco, porque defendo que deveríamos deixar um pouco o corre-corre do dia-a-dia e desfrutar de nossas vidas com mais intensidade e amor, pararmos de pensar em bens materiais, cogitar na próxima vida. Sou mais louco ainda, porque condeno o aborto, defendo a paz e principalmente, minha cultura brasileira, e que jamais esqueçamos da nossa amazônia. Contudo, a vida mesmo assim é muito bela.

“Que viva os séculos para cada compreensão e que percorra o mundo para cada conclusão”.

“Pensamentos que são paradoxo para indivíduos inabitados de sabedorias, sempre afligirão uma sociedade medíocre e hipócrita”.