Nos reuniram naquela assembleia no plano astral.

O magnífico salão contava com milhares de pessoas. Nunca vi um tão grande. O palestrante se mostrava ao centro em imagem holográfica gigantesca parecendo maior que o Cristo do Cocorvado.

Podíamos vê-lo nitidamente de qualquer ponto e sua voz colossal reverberava por todo o nosso ser.

Disse muito, mas apenas consegui me lembrar quando falou da cruz que cada um deve carregar.

Não conseguiremos resolver tudo pelos outros e não temos essa obrigação. Auxilar, sim, mas sem tomar às próprias costas o que é dever do outro executar. Isso vale para membros da família, inclusive.

Sua maravilhosa colocação dizia do respeito que devemos ter pelo aprendizado que cada um realiza confiando nas possibilidades do irmão da jornada. Pais superprotetores, cônjuges que exageram não permitindo que o outro cresça, amigos inconvenientes: todos esses podem ser obstáculos ao elevar espiritual que cada um pode e deve realizar.

Ademais, despertou-nos para a opotunidade de vermos o que cada um de nós tem a desempenhar.

Disse também que a cruz de cada qual é elaborada conforme suas obras passadas refletindo na atual fase da vida, seja na carne ou no espírito.

Refleti sobre minha própria vida, sobre meus valores, sobre o que tenho que fazer e decretei quando perguntou-nos de que material é feita a nossa própria: minha cruz é feita de isopor e até um vento pode tirá-la de mim.

E você, de que material fez a sua cruz?