Todo mundo tem um dia de caça ou de fuga. Nos meus dias de fuga (da tristeza ou saudade)vou à padaria da esquina. Já não como pão francês faz tempo porque a intolerância ao glúten (que virou modinha moderna) sabota minha paixão de menina: o queimadinho é proibido por distender o abdômen e causar flatulências.
O cumprimento às atendentes e a pergunta pro dono, que também acumula o papel de caixa, - Como está a sua família. E ele sempre responde: vai bem, apesar dos boletos acumulados. Foi lá que conheci Ermínia e sua paixão por potes de plástico: “nunca cobrei dinheiro emprestado aos meus filhos, coitados (até porque são gerentes administrativos de grandes empresas), mas minha coleção de Tappewere é meu xodó”.
Com ela aprendi que o maior “stand up” é a vida: “comédia da ostra infeliz”, quando atrita sai cada pérola, valha-me Deus! O seu astral é uma espécie de bomba relógio: depois de algum tempo explode e o riso incontido, escondido em algum lugar, se solta!
Faço questão de abraçar para ouví-la dizer que nosso coração faz samba, a idade coloca a aceleração no meu e a desacelera o dela, num compasso sincronizado perfeito.
Hoje veio me dizer que no Natal ganhou joias de um filho, carro de outro, máquina overloque de outro, mas que não estava satisfeita com os presentes, trocaria tudo: - pelo encontro dos quatro filhos, só vivido há 15 anos atrás. Como perco a amiga mas não piada, remendei com retalho velho a roupa nova, dizendo: - Tudo bem, se quiser trocar os presentes, iria adorar o carro novo! Ela com toda malemolência de mãe me colocou na prateleira pra fazer crescer o pão incrustado que havia em mim numa única frase: Você jamais trocaria porque tem o que me falta! Lição dada, lição cumprida!
Cheguei no apartamento e liguei pros meus irmãos apenas pra cientificá-los, mesmo que no inconsciente, o quão importantes eram, ou são. E foi assim que minha fuga deu lugar à gratidão. Quem nunca?
O cumprimento às atendentes e a pergunta pro dono, que também acumula o papel de caixa, - Como está a sua família. E ele sempre responde: vai bem, apesar dos boletos acumulados. Foi lá que conheci Ermínia e sua paixão por potes de plástico: “nunca cobrei dinheiro emprestado aos meus filhos, coitados (até porque são gerentes administrativos de grandes empresas), mas minha coleção de Tappewere é meu xodó”.
Com ela aprendi que o maior “stand up” é a vida: “comédia da ostra infeliz”, quando atrita sai cada pérola, valha-me Deus! O seu astral é uma espécie de bomba relógio: depois de algum tempo explode e o riso incontido, escondido em algum lugar, se solta!
Faço questão de abraçar para ouví-la dizer que nosso coração faz samba, a idade coloca a aceleração no meu e a desacelera o dela, num compasso sincronizado perfeito.
Hoje veio me dizer que no Natal ganhou joias de um filho, carro de outro, máquina overloque de outro, mas que não estava satisfeita com os presentes, trocaria tudo: - pelo encontro dos quatro filhos, só vivido há 15 anos atrás. Como perco a amiga mas não piada, remendei com retalho velho a roupa nova, dizendo: - Tudo bem, se quiser trocar os presentes, iria adorar o carro novo! Ela com toda malemolência de mãe me colocou na prateleira pra fazer crescer o pão incrustado que havia em mim numa única frase: Você jamais trocaria porque tem o que me falta! Lição dada, lição cumprida!
Cheguei no apartamento e liguei pros meus irmãos apenas pra cientificá-los, mesmo que no inconsciente, o quão importantes eram, ou são. E foi assim que minha fuga deu lugar à gratidão. Quem nunca?