SOBRE O ABORTO

SOBRE O ABORTO

A muito tempo sinto vontade de expressar meu pensamento sobre o aborto. Não somente dizer que sou contra essa prática, como tenho feito, mas apresentar minhas razões e sentimentos.

Dizem que o grande problema nessa história toda de opiniões entre ciência, religião, lei, etc, é determinar quando um feto é considerado um ser humano ou quando a vida começa: se quando o coração começa a bater (no vigésimo sexto dia de vida), se quando seu cérebro está formado (oitava semana de vida) ou quando seus pulmões estão formados (na vigésima quarta semana de vida). E há opiniões absurdas e horrendas como a do filósofo Peter Singer que diz que só se pode considerar alguém um ser humano quando este tem a autoconsciência de ser um indivíduo e que por isso matar um feto, ainda que seja considerado um ser humano não é errado, porque essa vida não se autoconhece. Sinceramente, quando tenho notícias de indivíduos que pensam assim, eu me envergonho de ser um ser humano.

Dizem isso. Dizem aquilo. Eu digo que o grande problema é a falta de responsabilidade, ética e sobretudo, Amor.

Vejam: quando acompanhamos uma gestação dizemos: primeira semana de vida, vigésima semana de vida, etc. Então a vida está aí patente, manifesta! E quem pode viver sem que seu coração esteja batendo? Ninguém. Se o coração pára, todos os órgãos param. E se um feto é obviamente humano, então já está nele o valor de ser humano.

O Estatuto do nascituro de 2007 reconhecia a natureza humana desde a concepção, ainda que "in vitro". Eu estou de acordo com isso. Porque desde esse momento, se não tiver nenhum interrupção, há um ser humano em potencial se formando, um código genético que tem a ordem de agir e tece uma nova vida.

É verdade que em caso de estupro contra uma mulher a lei lhe dá o direito do aborto ou da pílula do dia seguinte e de toda a assistência médica necessária. E também em caso de deformidades fetais ou risco de vida da grávida. Aqui deixo a cada um o livre arbítrio e respeito toda decisão.

O que sou totalmente contra é da irresponsabilidade de muitos. Vejo muitos casais gastarem com bebidas, cigarros, e coisas fúteis e não querem gastar com um preservativo, uma caixa de anticoncepcionais. Muitos fazem sexo sem responsabilidade. E quem vai pagar com a própria vida por esta irresponsabilidade? O outro ser que está crescendo, que não pediu para estar aí, mas está, e que não sabe falar, que não tem força nem capacidade de se defender? Para muitos e milhares é mais fácil ser irresponsável e descartar um inocente.

"Mas a mulher é dona do seu corpo! Não podemos deixar que a sociedade diga o que fazer com o nosso corpo", gritam muitas mulheres. E eu digo: Não se trata disso! Por que as mulheres não gritam e dizem "não" quando a sociedade lhe convida a usar seu corpo nu para vender mais uma determinada marca de cerveja? Ou gritarem dizendo um basta aos padrões de beleza ditados pela mesma sociedade? Nós estamos falando de vida humana: disso se trata.

Sim, cada um, seja homem ou mulher pode fazer o que quiser com seu corpo e inclusive com sua vida: que fique bem claro, com o seu corpo e com sua vida. Um feto está em um corpo, mas é dele seu próprio corpo e sua própria vida. Pensem nisso.

Que homens e mulheres sejam mais responsáveis, porque gerar outro ser humano não é brincadeira. E quando gerado, ambos (homem e mulher) devem se responsabilizar pelo cuidado de sua vida ou responder pelas consequências de sua morte.

* Num caso de aborto provocado, o homem também deve ser responsabilizado criminalmente se tem ciência, esteve de acordo ou exigiu da mulher isso. Vivemos numa sociedade em que somente as mulheres são criminalizadas por esse feito. Se homem e mulher estão juntos na hora de gerar uma vida, devem estar juntos na hora de responder por ela, e inclusive todo membro da família que tenha parte nesse feito.