O MELHOR VENDEDOR DE MELANCIA DO MUNDO
O caso se deu com um rapaz de aproximadamente vinte anos que morava na nossa vizinhança. Nos, já longínquos, anos de 1970, ele foi para São Paulo, em busca de oportunidade de emprego. Faria qualquer coisa e estava convicto de que começaria como servente de pedreiro, considerando que não tinha nenhuma formação específica. Apenas um diploma de quarto ano de grupo. Foi sozinho, apenas com Deus, uma muda de roupa na malinha e, a bem dizer, praticamente o dinheiro da passagem.
Assim que desceu na Rodoviária de São Paulo, cansado e com fome, foi comer alguma coisa, numa lanchonete dentro do terminal, para depois ver o que faria. No lugar, havia três homens, lanchando, e um deles puxou conversa e, por feliz coincidência, revelou que estava vindo de Minas para trabalhar numa obra na região da Vila dos Remédios.
E, dessa forma, meu vizinho acabou se enturmando com os homens e seguiram de ônibus para a tal obra. O problema é que o encarregado já estava com as vagas fechadas e não poderia contratar mais ninguém, além dos três que já vieram com o lugar garantido.
Era perto de dez da manhã e o nosso viajante, cansado, , seguia pela marginal do Rio Tietê, debaixo de um sol intenso, pensando em como ia resolver aquele problema.
Nesse momento , ele viu, parado no acostamento, junto ao trevo que ia para a Ceagesp, um caminhão de melancias, com a carga descoberta e o motorista com uma melancia partida ao meio, colocada sobre um caixote bem na beira da rodovia.
Ao ver aquela abundância de suculentas frutas, ficou com água na boca. Dinheiro já pelo fim, decidiu fazer uma proposta ao dono do caminhão, que se preparava para começar a vender suas melancias.
Chegou junto da banca improvisada e, após rápidos cumprimentos, propôs:
- Se o senhor me der uma melancia dessas, pode até ser das menores, eu ajudo a vender essa carga toda rapidinho.
O proprietário do caminhão ficou meio indeciso, sem saber se devia ou não aceitar a proposta do desconhecido. Mas viu que não tinha nada a perder e deu o aval para que o outro começasse a trabalhar. Antes, deu a ele uma generosa fatia da melancia em amostra. Doce como mel, com uma textura sensacional, deliciosa, mesmo quente por estar exposta ao sol.
Parece que aquele naco da fruta, despertou no rapaz o grande vendedor que estava adormecido dentro dele e que nem ele mesmo conhecia. Numa animação surpreendente, foi para a beira da estrada e, às vezes, ia até o meio da pista, oferecendo, de forma frenética, quase obrigando os motoristas a pararem para comprar uma melancia, meia ou até um quarto, como ele logo descobriu que seria mais viável para alguns fregueses.
O dono do caminhão ficou impressionado com a eficiência do vendedor. Por pouco, até a melancia do pagamento não foi vendida. Em menos de duas horas de trabalho! E ainda faltou o produto para alguns motoristas que haviam parado para a compra.
Além da melancia prometida, o proprietário deu ao vendedor uma razoável quantia em dinheiro e revelou que nunca tinha visto, em toda a sua vida, alguém que fosse tão bom para vender melancias. E fez uma proposta de trabalho para ele.
Dali o rapaz saiu direto para a casa do novo patrão e, acompanhou-o em toda a sua trajetória de trabalho com hortifruti, encerrando a carreira, só trinta e cinco anos depois, com a merecida aposentadoria, sendo na empresa, já com mais de cem funcionários e vários veículos rodando por todo o Brasil, uma espécie de vice-presidente.
O caso se deu com um rapaz de aproximadamente vinte anos que morava na nossa vizinhança. Nos, já longínquos, anos de 1970, ele foi para São Paulo, em busca de oportunidade de emprego. Faria qualquer coisa e estava convicto de que começaria como servente de pedreiro, considerando que não tinha nenhuma formação específica. Apenas um diploma de quarto ano de grupo. Foi sozinho, apenas com Deus, uma muda de roupa na malinha e, a bem dizer, praticamente o dinheiro da passagem.
Assim que desceu na Rodoviária de São Paulo, cansado e com fome, foi comer alguma coisa, numa lanchonete dentro do terminal, para depois ver o que faria. No lugar, havia três homens, lanchando, e um deles puxou conversa e, por feliz coincidência, revelou que estava vindo de Minas para trabalhar numa obra na região da Vila dos Remédios.
E, dessa forma, meu vizinho acabou se enturmando com os homens e seguiram de ônibus para a tal obra. O problema é que o encarregado já estava com as vagas fechadas e não poderia contratar mais ninguém, além dos três que já vieram com o lugar garantido.
Era perto de dez da manhã e o nosso viajante, cansado, , seguia pela marginal do Rio Tietê, debaixo de um sol intenso, pensando em como ia resolver aquele problema.
Nesse momento , ele viu, parado no acostamento, junto ao trevo que ia para a Ceagesp, um caminhão de melancias, com a carga descoberta e o motorista com uma melancia partida ao meio, colocada sobre um caixote bem na beira da rodovia.
Ao ver aquela abundância de suculentas frutas, ficou com água na boca. Dinheiro já pelo fim, decidiu fazer uma proposta ao dono do caminhão, que se preparava para começar a vender suas melancias.
Chegou junto da banca improvisada e, após rápidos cumprimentos, propôs:
- Se o senhor me der uma melancia dessas, pode até ser das menores, eu ajudo a vender essa carga toda rapidinho.
O proprietário do caminhão ficou meio indeciso, sem saber se devia ou não aceitar a proposta do desconhecido. Mas viu que não tinha nada a perder e deu o aval para que o outro começasse a trabalhar. Antes, deu a ele uma generosa fatia da melancia em amostra. Doce como mel, com uma textura sensacional, deliciosa, mesmo quente por estar exposta ao sol.
Parece que aquele naco da fruta, despertou no rapaz o grande vendedor que estava adormecido dentro dele e que nem ele mesmo conhecia. Numa animação surpreendente, foi para a beira da estrada e, às vezes, ia até o meio da pista, oferecendo, de forma frenética, quase obrigando os motoristas a pararem para comprar uma melancia, meia ou até um quarto, como ele logo descobriu que seria mais viável para alguns fregueses.
O dono do caminhão ficou impressionado com a eficiência do vendedor. Por pouco, até a melancia do pagamento não foi vendida. Em menos de duas horas de trabalho! E ainda faltou o produto para alguns motoristas que haviam parado para a compra.
Além da melancia prometida, o proprietário deu ao vendedor uma razoável quantia em dinheiro e revelou que nunca tinha visto, em toda a sua vida, alguém que fosse tão bom para vender melancias. E fez uma proposta de trabalho para ele.
Dali o rapaz saiu direto para a casa do novo patrão e, acompanhou-o em toda a sua trajetória de trabalho com hortifruti, encerrando a carreira, só trinta e cinco anos depois, com a merecida aposentadoria, sendo na empresa, já com mais de cem funcionários e vários veículos rodando por todo o Brasil, uma espécie de vice-presidente.