Um convite

Mariazinha estava sonhando com uma nova vida. A idade já ia aparecendo no pequeno rosto. Eram treze anos. Uma linda idade de muitas quimeras.

Todos os dias, ela se arrumava. Colocava um belo vestido estampado com flores vermelhas, amarelas e verdes. No cabelo longo, bem escovado e penteado, prendia uma pequena presilha, na cor branca, em pedras semelhantes a pequenos diamantes.

Rumava-se ao pequeno, mas colorido jardim, bem à frente de sua casa.

Para ela, era uma verdadeira alegria estar ali, todos os dias, pela manhã. Com um pequeno banquinho de madeira, presente da avó, sentava-se nele e apreciava o pequeno botão de rosa vermelha, que ali estava para florir. Uma pequena mosca sempre estava ali. No caule, também, uma pequenina aranha, que corria por todas as direções. A mosca voava e rapidamente voltava para o mesmo lugar.

Mariazinha, muita esperta, acostumada a ler bons livros e sempre fascinada pela natureza, queria conversar com aquele botão de rosa. Media palavras para dizer. Seria ouvida ou não seria. O botão de rosa iria ou não iria responder às indagações. Um vão entre aquela garota e uma pequena flor.

Ela desviou o olhar para a pequena aranha, que andava de um lado e para o outro lado. O vento soprava e uma brisa levemente movia o caule de um lado para o outro lado. O sol forte apertava a cada momento, mas tudo era resistido. Então, com pensamento inocente, mas cheio de sabedoria disse:

- Minha querida aranha. Por que não para de correr para um lado e para o outro? Você se cansa rapidamente. Faça como a mosca, que de vez em quando voa e retorna para o lugar.

Ficou triste porque não obteve nenhuma resposta, nem da mosca, nem da aranha e menos ainda da flor.

Então, no pensamento, percebeu que a natureza fala por si própria a cada evento. A mãe natureza não dá oportunidade para nenhuma criação dela falar e dizer o que se passa ali.

A natureza colocou a aranha para andar de um lado para o outro, mas na realidade, a aranha estava tentando proteger aquela linda rosa que abriria a cada momento. Poderia uma formiga, um pulgão, um outro tipo de inseto estar ali para devorar a rosa. Então, a aranha seria a defesa natural de rosa.

A mosca estava ali somente para cumprir as formalidades. Estando ali, ela poderia verificar as condições para ir embora, pois o sol estava forte e descansando na pequena sombra da roseira, ele teria mais fôlego para continuar a caminhada.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 02/02/2020
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