De avião não!

Desde pequena sempre quis ser aeromoça ( termo antigo né), comissária de bordo, Cabin Crew, enfim...sempre desejei. Fui aprender línguas, sonhava com os ares, viajava muito de avião quando mais nova e amava, porém a vida tinha outros planos para mim, me tornei professora.

Com o passar dos anos e muitos filmes Premonição depois, tomei pavor de avião, pânico, uma coisa tão louca que me falta até o ar.

Moro no Rio e tive que ir a Brasília a trabalho, sozinha, geralmente meu marido vai comigo nas viagens e me acalma.

Embarquei, já sem saliva na boca, fui para minha poltrona e ao meu lado tinha um pai e um filho bem pequeno, uns 4 anos, eu querendo me manter firme, jurei para mim mesma que não ia dar vexame. Com o avião ainda no solo eu segurei a poltrona da frente com uma força tão grande, que poderia até quebrar algo mais frágil, nem respirava direito, o menino me olhava e eu dura feito uma estátua. o Avião subiu, eu não me movia, a comissária me ofereceu água, refrigerante e lanche,,sim nesse voo tinha lanche e eu recusei , sem me mover e sem tirar a mão da poltrona da frente.

Mais ou menos com uma hora de voo, o piloto, passou por mim e foi para a parte traseira do avião, ficou lá alguns minutos, ninguém parecia notar, o avião cheio de pessoas que, pareciam se conhecer, que voltavam para Brasília depois de algum compromisso no Rio, porém o avião começou a trepidar de forma bem intensa, e o piloto passou por nós em direção a cabine de comando, literalmente correndo e não andando.

Silêncio absoluto, ninguém falava, ganhei vários companheiros de não respiração e mão na poltrona.

A Turbulência, foi forte, ficamos esperando ter teto para pousar em Brasília.

Enfim chegamos, eu não conseguia mover a mão tinha ficado dura de tanto que apertei a cadeira, minha irmão que me esperava no aeroporto de Brasília, após ouvir a fatídica história, além de rir muito, ainda jogou a história no grupo da família e durante muito tempo eu fui a piada das reuniões, a ex-quase aeromoça que tem medo de avião.