Avante

Crônica

Avante

Meu primeiro dia naquela instituição era também o início da realização de um sonho: divulgar através de narrativas ultracurtas, as crônicas, experiências que venham a tocar a alma humana, os nossos amigos irmãos que estão no plano material, sob a importância do agora. É a única certeza que se pode ter enquanto vivendo neste mundo onde tudo é transitório, perecível quando a própria Gaia.

Mas precisávamos de espíritos mais próximos dos homens do que nós mesmos para que esse pássaro pudesse chegar ao seu destino. Para que pudesse levar em seu bico as sementes da felicidade de fato. Daquela que consiste em enfrentar o monstro da realidade que cada um que habita este planeta escola e hospital criou para si na sua romagem reencarnatória. Nada mais digno de que o criador seja aquele responsável por conter a sua indolente criatura. Avante, cavaleiros, avante.

Naquele dia, naquela sala, falávamos para muitos aspirantes a escritores, em torno de mil espíritos prestes a tomar uma nova vestimenta carnal, a se jogar numa nova oportunidade no plano mais grosseiro do planeta Terra. Mas uma oportunidade única de crescer através do crescimento que proporcione aos que aqui estagiam.

Foi quando um aluno, Marx, perguntou, em tom de deboche:

-Não te parece de certa arrogância dar de acontecimentos de nossas próprias vidas, no intuito de influenciar outras, professor Willian?

-Eu poderia responder perguntando a você se é arrogante sua tentativa de me dessuadir de um projeto que estudamos por anos com o auxílio dos espíritos responsáveis pela evolução humana com sua pergunta. Mas prefiro dizer que tudo depende do quanto de seu coração coloca naquilo que você faz. Porque o seu coração é onde está os seus valores.

Não tanto o que faz, mas porque faz.

E a crônica é a tentaiva de, através de uma experiência própria, que nunca é isenta de um toque ao menos de ficção, de mostrar a importância das pequenas coisas da vida. Para eu o homem não perca a oportunidade de ser feliz na busca insana de encontrá-la ao final do arco-íris.

Outro aluno levantou a mão, e sinalizei com a cabeça que prosseguisse.

- É buscá-la ao final do arco-íris tirar fotos para mostrar que se é algo que gostaria de viver e não tirar fotos dos sorrisos daqueles que estão conosco na luta diária, não acha, professor?

- É buscá-la ao final do arco-iris mudar de amigos por não compreender que os amigos mudam? Perguntou Alexandre?

- É buscá-la ao final do arco-íris escurecer-se que a conquista mais importante não é a exterior. Mas o domínio de si mesmo para e servir e não se servir? Seguiu os seus colegas, Napoleão?

- É buscá-la ao final do arco-íris, saber a verdade e viver a mentira por interesse puramente material? Usar o fato de que fomos o que fomos, atribuir a Deus o fato de termos nossos títulos, mas para interesse próprio, embora com o sofrer das massas? Inquiriu com emoção o pobre rei.

Sim - respondi com uma lágrima nos olhos, mas com o espírito inundado de felicidade. Vocês entenderam o que precisam fazer. Agora vão e o façam. E que Jesus seja sua lembrança nas horas difíceis.

Quem olhasse para os céus naquela noite de primavera contemplaria uma chuva de estrelas caindo sob a Terra. Sem saber que a luz que ofertariam era do interior.