FINAL DE DOMINGO

Se eu pudesse instituir alguma coisa na vida, acabaria com esse negócio chamado final de domingo.Uma das piores invenções da humanidade, é algo triste, chato, tolo e mórbido do início ao fim.

Todo fim de domingo é assim, lento, lerdo, opaco, cinzento, som de carro com música besta, não tem cor, é cinzento.

Quem me dera se algum fim de domingo tivesse um pouco do brilho de um início da sexta-feira. Que esplêndido!

É sempre assim, mesmo sem fazer nada, logo no início da tarde já dá uma leseira no corpo, bate um cansaço na mente, uma solidão estranha estando a casa cheia. Como assim? Cansado e a semana nem começou?

Que sensação por demais estranha nesse término de dia, você se levanta do sofá para ver se anima um pouco, toma aquele “refri” sem gás, sem vida e apático do fundo da geladeira. E a “deprê” só aumenta, você vai lá fora pra ver alguma coisa, volta cabisbaixo para o sofá, tira do Faustão, muda para Sílvio Santos e nada, muda, muda e nada, para no Rodrigo Faro, volta no Faustão, que vontade de sair correndo com aquele controle na mão e depois de dez quilômetros arremessá-lo com toda força no Lago paranoá.

Final de domingo é o fim.