Ernest Hemingway, uma vida (in)completa?

Ernest Hemingway era um tipo duro. Aos 55 anos, quando recebeu o Nobel da Literatura já tinha sobrevivido a três guerras, dois acidentes de avião e quatro casamentos.

Pelo meio, foi condimentando a vida com Gin, Whisky e Rum quanto baste, em grandes caçadas em África, pescarias em Cuba, touradas em Espanha e festas em Paris. E literatura…muita literatura.

De uma vida plena de aventuras saíram livros, muitos deles autênticas obras-primas. Da experiência da I Grande Guerra, tinha então apenas 19 anos, haveria de nascer o clássico «adeus às armas». Dos anos passados em Espanha, guerra civil incluída, ficariam para a história as obras «Fiesta» e «Por quem os sinos dobram».

Sobre as caçadas em África haveria de escrever «As neves do Kilimanjaro» e dos tempos de Paris nasceria o livro «Paris é uma festa». E, quando se pensava que dali não surgiria mais nada, eis que as pescarias em Cuba dão fruto e Hemingway escreve esse clássico dos clássicos que dá pelo nome de «O velho e o mar».

Temos portanto aqui uma vida de aventuras, toda ela traduzida em livros, em grandes livros. Literatura pura e dura, como se quer.

Aos 61 anos, olhando para trás e vendo que o tempo de aventuras terminara, recusou a monotonia que a vida lhe reservaria. Uma manhã levantou-se antes da mulher e foi ao local onde guardava as armas. Carregou a espingarda com que o Pai se suicidara e deu um tiro na cabeça.

Há tipos assim… duros até ao fim.