Filosofia do Belchior

Oque será que Belchior tem coisas ainda pra dizer? Na verdade vocês já refletiram oque ele cantava? Não? Sabe, eu mesmo sempre vejo coisas novas nas músicas dele, sempre penso que dentro da sua genialidade entrega algo novo sobre as coisas que vivemos, e sei que mesmo com quase três anos da sua partida, ele ainda vive aqui! Ele ainda vive todos os dias nos aconselhando como viver.

As musicas de Belchior não só foram pra ser ouvidas, mas também vivenciadas, assim como ele fez. Tendo desaparecido completamente, mesmo em um mundo globalizado onde as informações voam, que se é quase impossível sumir, só voltando a aparecer com sua morte. Suas músicas mostram que ela não era apenas o cantor, e nem apenas um poeta genial. Mas também um filósofo, trazendo nas suas músicas uma filosofia bem estruturada.

“Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”- Sujeito de sorte.

Quem nunca teve um ano ruim? Um ano que parece que parece que nada deu certo? É nisso que ele fala nessa frase, usando o sangue para demostrar suas dores, e isso dar mais peso a metáfora da morte. Pois quem nunca né? Mas ela ainda fala mais! Como se diz no título “sujeito de sorte”. Belchior ensina que mesmo com tudo isso, podemos mudar. Todo o azar que tivemos no ano passado, esse ano não vai se repetir. Se ele usa metáfora que ano passado morreu, mas esse ano não! Esse é o ano de viver. E ainda ele completa com a frase “não posso sofrer pelo o ano passado”, mostrando que oque passou, passou, não há porque se importar mais, agora é tempo de mudar.

“No presente, a mente é diferente, o corpo é diferente. E o passado é uma roupa que não nos serve mais”- Velha roupa colorida.

Heráclito já dizia “nenhum homem pode banha-se no mesmo rio, pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem”. Estamos em uma eterna mudança, nossos pensamentos, nosso corpo, estão em uma completa mudança diária, e não importa se antes tudo era divino, maravilhoso, ou até mesmo tenha sido um inferno, pois tudo vai mudar. E Belchior sabia disso, não adianta ficar apegado ao passado, devemos viver o agora. Oque passou, passou, e não nos serve mais.

“Oque há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo e precisamos rejuvenescer”- velha roupa colorida.

Ainda nessa mesma música Belchior nos ensina que não só nós que mudamos, mas todo o mundo a nossa volta, que nada é pra sempre, e que devemos entender isso que a sociedade também muda. Oque no passado era correto, hoje não é mais. As músicas que eram da juventude, hoje já são outras. E precisamos seguir com todas essas mudanças, e independente se você gostou das mudanças ou não, elas mudaram, e vão continuar mudando, e só precisamos seguir adiante, aceitar as novas mudanças, só precisamos rejuvenescer.

“Viver é melhor que sonhar e eu sei que o amor é uma coisa boa, mas também sei que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa”- como nossos pais.

Se Nietzsche dizia “sem a música, a vida seria um erro” Belchior vai ao inverso “sem a vida a música que seria o erro”. Ele nos ensina que o sonho por melhor que seja nunca vai superar a vida. Não que devemos abandonar nossos sonhos, mas devemos colocar em primeiro lugar a vida, pois a vida é a combustão pra arte, pra os nossos sonhos.

“Amar e mudar as coisas me interessa mais”- alucinação

Nessa música Belchior volta a falar de algo bem recorrente na sua obra, a vida! Pra ele não importava muito o campo das ideias, de ficar teorizando sobre as coisas, preferia mais vivencia. Não adianta explicar a vida e teorizar sobre a existência, não era tão importante como viver em si, não é se escondendo em um quarto ou preso em um videogame que você vai experimentar a vida, que vamos mudar as coisas, que vamos as pessoas. Devemos viver sempre.

Luis Alladin
Enviado por Luis Alladin em 05/03/2020
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