O REI E O VÍRUS

Há muitos e muitos anos atrás existia um reino muito grande, bonito, de muito sol, praias paradisíacas e de uma floresta magnífica.

Neste reino, depois de muitos conflitos, subiu ao trono um rei bastante arrogante, pretensioso e medíocre.

Este rei se achava sempre melhor do que os outros. Invejoso e vaidoso, não permitia que ninguém se sobressaísse entre os seus conselheiros. A sua palavra era sempre a certa. Nunca ouvia ninguém. Quem discordasse era tratado como inimigo!

Este rei também gostava de falar ao seu povo toda semana. E falava sempre insuflando a população, dividindo o seu reino e criando ódio.

Com o tempo, a mão pesada, a mentira e a intolerância se transformaram na forma padrão de governar.

A magnífica floresta começou a ser devastada, os livros foram abolidos, os sábios desacreditados e todo o reino passou a ser um lugar cinzento e inóspito.

Alguns conselheiros, com um pouco de bom senso, tentaram persuadir este rei de seus projetos mirabolantes, mas, sem sucesso, não foram ouvidos. Uns foram presos, outros expulsos e outros mais simplesmente deixaram o palácio sabedores de que o rei estava louco.

O reino caminhava para mais divisão e mais brigas, mas não se importava. Seguia o seu próprio desejo: ser rei, cego pela coroa e pela ignorância.

No entanto, uma notícia de outras terras começou a se espalhar, a de uma doença terrível que estava destruindo vários reinos. Era devastador.

O rei chamou de histeria, chamou de exagero e não deu a devida importância.

Parte do povo ficou com medo. A outra ouvia apenas o rei.

Os últimos conselheiros tentaram chamar o rei à razão. Pediram providências e deram algumas sugestões. Contudo, como já era de hábito, o rei não ouviu ninguém.

Sem médicos e sem cientistas, pois já haviam sido expulsos quando o rei assumira a sua função, o reino não tinha ciência nem educação. Não havia quem pudesse ajudar.

No alto de sua arrogância, riu ironicamente, “Como um vírus pode enfrentar o meu poder e a minha mão?”

Antes que ele, o rei, pudesse repetir algo semelhante, o mal se achegou ao reino. Todos sofreram sem exceção, inclusive o próprio rei, encoberto de tanta empáfia e ausência de coração.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 19/03/2020
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