É UMA LOUCA!

(OU FELIZ DIA DOS PROFESSORES)

Ao se aproximar mais um “Dia dos Professores” eu faço esta reflexão e concluo que sou educadora por opção, vocação e profissão.

Melhor dizendo: eu optei por esta carreira, tenho vocação para o magistério e atuo profissionalmente nesta área. Digo mais: eu tenho orgulho de ser uma educadora!

Ao afirmar isso hoje pela manhã, em mais uma aula (com brilho nos olhos) deixei evidente o meu entusiasmo pela causa da educação. Entusiasmo comparado ao de uma iniciante, embora eu já esteja perto da aposentadoria.

Meus alunos devem pensar: “É uma louca”. E não lhes tiro totalmente a razão. Num país onde grande parte da população é analfabeta, que não investe nem valoriza a educação e cujo principal mandatário é analfabeto, como pode alguém orgulhar-se dessa profissão?

Eu tenho um orgulho danado e a explicação é muito simples: eu faço o que gosto e faço por prazer. E as pessoas percebem na minha prática esse diferencial: o fazer por gostar, pela realização profissional.

É lógico que o salário conta! Preciso dele no final do mês. Mas permitam-me relatar algo que aconteceu ainda há pouco.

Saí de uma enfermaria onde visitei um aluno com necessidades educacionais especiais. Ele não fala, não anda, tem múltiplas deficiências e inúmeros comprometimentos físicos e mentais. Me comuniquei com ele através do tato (toquei em suas mãos e ele sentiu o calor das minhas) e do olhar. Ele me sorriu. Dinheiro nenhum no mundo paga esse sorriso!

Tenho orgulho de ser professora e de assumir o desafio de desenvolver um programa de escolarização destinado a crianças, adolescentes e adultos hospitalizados.

Num passado não muito distante lugar de professor era apenas na escola. Hoje temos professores em aldeias indígenas, no campo, nos presídios e até em hospitais.

Se para a aquisição do conhecimento não existem fronteiras, muito menos para a ação do professor.

Feliz "nosso" dia, caras educadoras!