NÓS, OS ÍNDIOS

"A real defesa do índio não foi a Igreja nem o governo, mas a sua natural rebeldia, causada sobretudo pela inadequação de sua cultura � livre e nômade, não tolerava o trabalho sedentário e reagia; tal como na parte espanhola, a maioria morreu, vítima não só da violência do explorador como de doenças transmitidas pelo branco � eles trouxeram algumas, ante as quais o organismo do índio não tinha reação; contaminado, sucumbia, em devastadores surtos epidêmicos. Se o invasor trouxe o sarampo, a gripe, a varíola e outros males, o índio passou-lhe (ou terá aumentado?) a sífilis, transmitida pelo intenso intercurso sexual. Além da guerra de flechas e armas de fogo, houve a guerra bacteriológica, na qual também os europeus terão levado vantagem. Demais, houve os castigos e o tratamento brutal, responsáveis pela onda de suicídios entre os primitivos e legítimos habitantes da terra espoliada. A destruição de seus valores culturais o desestrutura, como se dá com as personalidades. O índio, antes dono, vê-se expulso ou subjugado, tal como se verifica também com o negro. Deslocado de seu meio, sofre a exploração perversa e esta lhe tira o sentido da vida."

TUDO EVOLUIU, O PROGRESSO ATROPELOU A HUMANIDADE E ELEVOU MUITO SEUS PADRÕES DE CONFORTO E BEM-ESTAR, MAS POUCOS ESTÃO ATENTOS AOS RISCOS DE TANTAS NOVIDADES RESULTANTES DA GLOBALIZAÇÃO. AINDA ME SINTO COMO ÍNDIO DO NOVO MUNDO. MAS, PELO QUE SE OBSERVA, O MUNDO INTEIRO VERGA-SE ÀS REAÇÕES DA NATUREZA MALTRATADA. DE MODO QUE A HUMANIDADE CONQUISTOU MUITO, MAS CONSTRUIU ARMADILHAS AO SEU DESENVOLVIMENTO. PAGA SEUS PRÓPRIOS PECADOS. NÃO ME CONSOLA, MAS ÍNDIOS, DE ALGUM MODO, SOMOS TODOS. EM VULNERABILIDADE.