Ser veja

Ser veja

A embriaguez é uma coisa interessante.

Gostoso o primeiro gole da cerveja que desce macio, só não vou dizer redondo para não fazer propaganda para a Skol que é a melhor cerveja do mundo. Aquele gole é divino. Tem sabor de aventura. Tem sabor de promessa de prazer. Como se naquele momento pudéssemos dizer: Olha descobri agora que a vida vale a pena que posso aproveitar... que prazeres virão.

A embriaguez atiça o senso de aventura, o desejo de saltar para a vida. Impulsiona a dançar a cantar, a amar... Bambeia todo o corpo, as vezes provoca um gostoso sono e dependendo do indivíduo as mais estranhas reações. Alguns choram, outros riem, os bravos ficam mansos e os mansos ficam bravos. Parece liberar o oposto. O ser escondido que existe em cada um. É como se um outro ser surgisse de dentro da gente.

Faz soltar as amarras, e vive-se a delicia do deixa para depois. Deixa para depois as preocupações, os medos, as inseguranças. Agora é hora de agora, só agora é agora sorvendo esse liquido. Solta tudo, deixa passar...

Algo bom vai acontecer... o prazer é o rei...

E assistimos exalar do inconsciente algumas proibições. O errado até ameaça ser o certo embora algo ainda o reprima. Mas ele vai se soltar...

A embriagues mesmo que pouca traz promessas e verdades.

Sou pleno. Pareço ter conhecimento de coisas que nem imaginava.

Os conceitos mudam. E o porquês pipocam:

-Doncovim, oncotô, poncovô...

-Quantas coisas nos prendem e por quê?

Quem colocou essas algemas e a quais interesses elas atendem?

Por que não podemos nos soltar e abraçar o prazer de simplesmente existir, plenos soltos, relaxados e o tempo todo?

Parece que algo maior nos prende nos dita regras como: Não pode isso, não pode aquilo. Não é certo não. É pecado, Não convém...

Quando tudo o que queremos é sentir a sensação de ser nós mesmos. De nos congratularmos com a nossa própria essência que a embriaguez parece acordar do sono profundo induzido por mil repressões e pela multiplicidade de máscaras que colocamos sobre nós no dia a dia.

Não se pode viver? O nosso viver pleno, plenamente embriagados de vida, prejudica a alguém? A um sistema que não quer essa plenitude? A quem? Por quê?

Por que não podemos simplesmente sentir o prazer de viver, sentir prazer de gozar as sensações. Parece tão simples e tão obvio que esse seja o caminho...

Não quero aqui relatar minhas preferências, mas precisa de uma bebida que desce redonda, (SK ) hummm delícia, para nos mostrar que existe vida aqui?

Ela apenas desperta o que já mora aqui dentro. Aquela alegria e liberdade não estão contidas no liquido, mas sim em nós.

Desperte isso, mas sem deixar da cerveja, veja o seu ser e o que existe além dessa máscara que você põe todo dia e que a embriaguez tira. Olhe para o seu verdadeiro ser. Veja o ser, o ser veja.

MÚCIO ATAIDE
Enviado por MÚCIO ATAIDE em 02/04/2020
Reeditado em 02/04/2020
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