martha.

Estou sentado na sala da minha casa. O chão gelado fazem meus pés descalços se encolherem. De fundo posso ouvir os pássaros cantando neste fim de tarde, e a melodia sonora de Lana Del Rey na tevê deixa o clima mais nostálgico. Decidi escrever algo assim que li umas dez crônicas de Martha Medeiros – ultimamente tenho lido muito -. O notebook está sobre minhas coxas, e o chá gelado ao lado.

Não sei mais o que escrever.

Eu juro que queria falar algo interessante. Mas as palavras fogem assim que coloco meus dedos sobre o teclado.

Talvez escrever não seja para mim. Talvez eu não tenha o dom.

Continuo escrevendo. As palavras parecem fluir, e isso me lembra de uma tarde ensolarada de verão, na qual eu estava bem sentimental sentado em uma das cabines de computador na faculdade.

Lá eu escrevi uma crônica. Ou será que foi um conto?

Não me recordo deste detalhe, mas lembro bem que eu chorava enquanto a musica passava rapidamente conforme meus dedos digitavam na mesma velocidade.

Terminei satisfeito.

Agora na tevê toca Caetano.

A noite começa a surgir. O chão fica mais gelado.

Satisfeito como da primeira vez, finalizo aqui, com um trecho de uma das crônicas de Martha lidas nesta tarde:

“A realidade é a narrativa que contamos a nós mesmos”.

Eriberto Andrade
Enviado por Eriberto Andrade em 04/04/2020
Reeditado em 04/04/2020
Código do texto: T6906636
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