"É CHIQUE TER MUITO PRA GASTAR" Crônica de: Flávio Cavalcante

É CHIQUE TER MUITO PRA GASTAR

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Os pomposos adoram chamar a atenção dos menos favorecidos, quando frequentam certos ambientes famosos por venderem produtos acima do preço normal. Há quem diga que muitos subestimam a inteligência de outrem, achando que eles são donos do pedaço. Que pelo fato de serem “fartos” querem na maioria das vezes, mostrar uma realidade que não condiz com a realidade que eles vivem de fato.

Pode até ser que seja chique para alguns, que vivem no mundo ilusório ou gostam de massagear o ego, para mostrar a sociedade que a opulência na sua vida é algo natural e o valor para ele sobre bens da matéria, é coisa insignificante. Pessoas assim, se sentem bem ostentando ou querem mostrar para o mundo, uma riqueza que eles gostaria de ter, mas não a possui. Gostam de ser o centro das atenções, querendo passar adiante que eles são os melhores em situação financeira.

Conheci algumas pessoas que vivem nesse mundo ilusório, e que chegaram ao cúmulo do exagero. Entrevistei um gerente de um grande mercado. Ele me relatou, que na sua loja, existem pessoas, que vão fazer compras, pegam dois carrinhos, enchem de toda mercadoria que encontrar pelas gôndolas, para mostrar dentro daquele recinto, que eles vivem na fartura. Quando vão para o caixa, abandonam um dos carinhos em um dos corredores do mercado e passam no caixa com apenas um. Quando não ficam mendigando o preço que o funcionário do caixa registra no computador. Às vezes abandonam mercadorias no caixa, alegando ter lembrado que já tinha comprado a tal mercadoria e não admite que o valor que dispõe não é o suficiente para pagar a tal compra.

Qualquer coisa surreal que acontece com o poder monetário de algumas pessoas. Eu fico estupefato e também me perguntando se o erro de percepção da vida, não está em mim.

É só para saber o motivo de um determinado produto diferenciar de preço de um lugar para o outro. É surreal alguns preços de algumas mercadorias em determinados lugares comerciais só pela consciência de que estarmos em um ambiente de poder aquisitivo bastante alto. No entanto, se este mesmo produto estiver em uma prateleira de consumidores classe B ou C, a diferença é qualquer coisa inadmissível.

Basta irmos à um aeroporto e entramos numa loja de conveniência, na intenção de tomarmos uma simples xícara de café ou chá com alguns biscoitos, para os desavisados clientes, ou aqueles que adoram viver de aparência, podem até achar normal o valor na hora de pedir a conta; mas, basta ter uma mínima noção de valores e custos para se ter a sensação de foi assaltado à mão desarmada.

É difícil entender a cabeça do ser humano. Lugares de poder aquisitivo alto, os moradores têm a mania de viver em função de um status. Preferem ter um belo carro dormindo na rua, sem ter condições de abastecer a geladeira de casa para o seu consumo próprio, só manter uma aparência e dar satisfação a toda uma sociedade.

De fato, acredito, que é inadmissível e incontrolável uma situação como esta, em se permitir ser assaltado à mão desarmada, em ambiente onde a exploração dos preços deveriam ser tratadas com rigor pelas autoridades de defesa do consumidor e fazer com que esses clientes débeis parem de ser hipócritas, e acordem para a realidade que a massagem do ego deles é só para dar uma satisfação à uma sociedade maléfica, caso contrário, digo com toda convicção de que este cidadão está urgentemente precisando procurar a ajudar de um especialista mental.

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 05/04/2020
Código do texto: T6907465
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