VAI - VAI CAMPEÃ!

Escutei eles subindo. Falei pra Adri: vamos! do jeito que estamos. Descemos de chinelo e roupa de casa.

Fomos ao encontro deles na Manuel Dutra. Da calçada batemos palmas, sambamos. Um e outro abraçamos. O povo negro, orgulhoso, nos sorria e cumprimentava. Uma negrona me chamou: Vem! de braços abertos. Então fomos.

A rua 13 de maio, a minha Rua! Subimos cantando os enredos antigos, e aquela emoção no enredo Elis, cantando o refrão de Maria, Maria!

Passando a São Vicente os tambores pararam de bater. Rezamos um Pai Nosso e uma Ave Maria. As portas da nossa Igreja Nossa Senhora Achiropita foram abertas (Eliete que mandou abrir)

Padre Vanderci elogiou o esforço pela subida, que Nossa Senhora atende seus filhos e é preciso agradecer. Rezamos um Pai Nosso e uma Ave Maria. Jogou água benta no povo e fomos embora com a alma lavada.

Sou Vai Vai desde 1975 quando os instrumentos estavam colocados sobre panos na Santo Antonio e as pessoas podiam tocar neles. Nesse mesmo ano descobrimos o estacionamento dos carros alegóricos pulamos a grade para furtar isopor e brincar de barquinhos na enxurrada. Tomamos um enquadro e fomos intimados a fazer um contra a Santo A., ali naquele estacionamento. Fiz um gol de mão.

Na Igreja comecei também em 75 quando pra jogar na quadra tinha que assistir uma missa inteira. No primeiro jogo driblei todo mundo e fiz um gol, Cri-Cri anulou porque não podia fazer gol dentro da área.

Achiropita e Vai-Vai, juntos a gente somos invencível!

Mauricio Miele
Enviado por Mauricio Miele em 15/04/2020
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