O que eu descobri... e aprendi, sobre ser mãe... sendo MÃE!

Descobri que a gravidez é a experiência mais incrível que um ser humano pode viver! No início, como em toda mudança boa na vida, é um turbilhão de sentimentos, surpresa, insegurança e alegria, misturados com sintomas tão particulares, enjoos, azia, sono... Ao passar dos meses a insegurança dá lugar à ansiedade, e a alegria se torna felicidade plena, misturados com dor na coluna, cansaço, mais sono... E passamos a experimentar a sensação mais gostosa do mundo, um serzinho tão pequeno que se estica e se remexe o tempo todo dentro da gente, fazendo questão de nos lembrar a cada instante que logo vai querer sair.

Descobri que o parto não é um bicho de sete cabeças, e não foi porque escolhi o parto cesárea não, parto é parto, dá medo de sentir dor, dá medo de passar mal, dá medo de não conseguir, dá uma ansiedade assustadora. No meu caso optei por este parto por inúmeros motivos, porque minha cidade fica a pelo menos quarenta minutos do hospital, porque meu esposo trabalhava a uma hora e meia da minha casa, porque seria mais confortável pra mim, e porque eu tinha sim condições de pagar. Só não foi por fraqueza, afinal precisa ser bem forte pra ter a barriga cortada e costurada. E foi tão emocionante como foi pra qualquer mãe que optou pelo parto normal.

Descobri que amamentar é muuuito difícil, a gente se prepara pra tudo, pro parto, pra dar banho, pra trocar fralda, aprende a ninar, a acalentar, e até a cantar, mas aprender a amamentar é quase uma missão impossível. O que parecia tão natural se tornou uma frustração pra mim. Não adiantou tomar litros de água, sopa ou canjica, meu bebê não mamou e isso me machucou muito. Mas aprendi que existe sim vínculo ao dar mamadeira tanto quanto ao dar o peito, tudo depende da quantidade de amor que é colocado nesse ato. Eu não amamentei, mas alimentei com muuuuuito amor, e dezenas de latas de leite em pó.

Descobri que montar o enxoval e decorar o quarto do bebê é estimulante e maravilhoso. Pintar as paredes, combinar as pelúcias com o lençol, o tapete com a cortina, preparar o berço, deixar tudo limpinho e organizado, tudo isso é incrível. Mas aprendi também que eles amam mesmo é o quarto dos pais, é dormir no "meinho", apertadinho na cama com o papai e a mamãe, e isso é delicioso. No final aquele berço lindo vai servir mesmo como guarda roupas, guarda brinquedos, guarda cobertores...

Descobri que existem dezenas de marcas e grifes infantis, tantas que eu nem imaginava, e que tornar o filho estiloso é assunto muito sério pra algumas mães, é quase essencial combinar as roupas com o sapato, com suspensórios, babadores, bandanas, bonés e até óculos de sol. Mas aprendi que o bebê nem liga pra isso, meu filho fica feliz mesmo quando está só de cueca, com os pés no chão, e brincando na terra. Ele nem se importa se a roupa foi comprada no shopping ou na lojinha da esquina, se está justinha ou se está um pouco grande, se ele tem um guarda roupas cheio ou só algumas peças. Acho que criança se preocupa mais em ser do que em ter, e isso é encantador, nós adultos temos muito a aprender com elas.

Descobri que um filho é um ser único, é nosso, e sempre vai ser nosso, mas tem vontades e desejos próprios, tem personalidade. Quando é recém nascido parecemos um só "mãefilho", mas aos poucos ele vai se percebendo no mundo, descobrindo sentidos e sentimentos. Ainda que tenha a necessidade de ser dependente da mãe, tem por instinto o desejo de ser independente. Bebês passam por fases, algumas difíceis outras mais prazerosas, eles caem, fazem birra, falam, gritam, choram, fazem muita arte, e aprendem, aprendem muito. O importante é que cada fase é marcante e necessária, e pra mim foi e está sendo extraordinário acompanhar todas essas fases, passar tudo isso juntinhos acolhendo e aprendendo mais ainda.

Descobri que não importa o que eu faça, sempre vai ter um sentimento de culpa. Culpa por trabalhar demais, por deixar ele beber refrigerante, por ele não gostar tanto de algumas frutas, por não dormir no próprio quarto, por ficar assistindo vídeos no youtube até tarde, e muitas outras coisas. Mas descobri também que todas aquelas regras que os melhores pesquisadores criam são lindas na teoria, na prática a gente aprende errando. E como mãe erra! Afinal somos humanas. E como a gente aprende! Tenho aprendido muito mais do que ensinado ao meu filho. E no fim a culpa acaba ficando pequena perto de outros tantos sentimentos maiores, como o amor que sentimos.

E por falar em amor...

Descobri a capacidade de amar incondicionalmente, amar sem medidas, sem exigir perfeição. Descobri que ser mãe é se reinventar e se reencontrar inundada por esse amor genuíno e altruísta como nunca antes vivemos. Antes de ser mãe, não imaginava minha vida com filhos, agora que sou, não imagino minha vida sem meu filho!

Tati Carvalho
Enviado por Tati Carvalho em 21/04/2020
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