SAIO ou FICO EM CASA?

Saio, enfrento, me arrisco e me salvo ou morro? Ou fico, me preservo e me salvo ou morro? Quem souber, com certeza, a melhor equação para se chegar à um resultado positivo, cujo objetivo é nos mantermos vivos, de imediato ou no futuro, que arrisque um palpite.

A vida é um jogo de apostas. E nesse jogo especifico, ficam de fora somente os profissionais e operários da saúde que querendo ou não, ou seja, sem opção, trabalham no olho do furacão, na linha de frente, estejam eles bem ou mal preparados, bem ou mal pagos, equipados, encapuzados, mascarados ou dormidos, com famílias ou solitários.

Todo o resto, nós, trabalhadores, empregados, autônomos, em busca de, empresários ou qualquer outro indivíduo nessa pandemia ou pandemônio, procuram saída num jogo onde temos alguma autonomia para respeitar as regras ou não, dependendo do país onde vivemos e de quem somos.

Para facilitar e chegarmos a uma resposta sobre o impasse SAIR ou FICAR EM CASA, resolvi criar aqui e agora um jogo com esse nome. Será um jogo de tabuleiro com um desenho de círculos concêntricos formando uma espiral. Na caixa virão alguns acessórios: uma lente de aumento para cada jogador, infinitas cartas (verdadeiras e falsas) e um dado, para quem quiser lançar o destino à sorte. À maneira de Kepler, sobre esses círculos, haverá hastes poliédricas que os unirá para a devida sustentação entre eles.

A partida é dada do centro do tabuleiro, um ponto (círculo) comum à todos os outros ao seu redor e é de lá que saem as primeiras informações, ou seja, as regras e a chave para que o jogador possa ter elementos iniciais para avaliar as primeiras questões e dar um passo adiante com suas primeiras decisões que continuarão a ser tomadas ao longo do jogo à medida que este avança. Esse centro representa o PLANETA e o objetivo do jogo, que já sabemos, é eliminar o vilão. Um vírus mortal e altamente transmissível que pode aniquilar a vida humana em todas as esferas (círculos). O tempo é um fator importante. Nesse centro, como disse, ficam armazenadas as orientações e coordenação do avanço da contaminação obtidas através de recursos, técnicas e profissionais da área em toda a esfera global. São eles que fazem e dão as cartas aos jogadores. Entretanto, existem os aliados do inimigo infiltrados no jogo e, assim, no maço das cartas, haverá aquelas que são falsas e muito perigosas, contribuindo para que o vírus não seja destruído. Cabe ao jogador ter a sensatez de distinguir umas das outras.

À medida que se avança, os participantes vão se afastando do centro em direção aos círculos externos, que por sua vez parecem cada vez mais próximos deles próprios, sim, dos jogadores. Ou seja são círculos concêntricos com profundidade de uma espiral. E quanto mais externos ao centro mais próximos, mais familiares, conhecidos e compreensíveis para os jogadores parecem estar as cartas. Só que nesse momento também surgirão cartas de azar que poderão tomar algum tempo ao jogador, tipo aquela “Vá para Prisão” do Banco Imobiliário, São distrações pois o jogador está mais distante do foco,


No segundo círculo, encontramos os HEMISFÉRIOS Norte e Sul com poucas variações, no terceiro círculo, encontramos os CONTINENTES, em maior número, por isso um círculo com um raio mais extenso, e assim por diante, no quarto círculo, os PAÍSES, com maior amplitude ainda e, por isso, mais diversidades, no quinto, ESTADOS, sexto, MUNICÍPIOS e, passo a passo, os círculos vão aumentando as informações, porque também vão ficando mais identificáveis para os jogadores os elementos e suas especificidades, pois vão ficando mais familiares. Em contrapartida, o jogo vai ficando cada vez mais complexo para as tomadas de decisões sempre que se entra no novo círculo. O número de cartas também vão aumentando de tal forma que os empecilhos vão desafiando mais e mais as jogadas. O grau de dificuldade culmina no penúltimo e último círculos que são, respectivamente FAMÍLIAS e INDIVÍDUOS cujas singularidades existenciais são cada vez mais variadas e complexas. São aí já muitos elementos existentes como obstáculos, quando não é o próprio jogador que se torna um deles ao tomar uma decisão errada, impedindo assim que o centro atinja o seu objetivo. Esse grau de dificuldade é proporcional à importância que o jogador dá à individualização do problema.

Não é um jogo fácil. É para adultos. Não só no sentido numeral, de idade, mas de maturidade, consciência, ética, responsabilidade, acima até da astúcia, que sempre tenta trapacear com infantilidade e precipitação. Esse jogo é para os bons de princípios e fins.

Então, se nos últimos estágios o desafio aumenta, os jogadores necessitarão de ajuda e nesse momento podem e devem recorrer às HASTES. O importante e inusitado nesse jogo é que não há competições entre os jogadores. Todos terão direito ao livre arbítrio, mas só poderão vencer se conseguirem chegar a uma estratégia conjunta que salve a humanidade e o planeta.

Assim, vendo a questão nesse tabuleiro, fica mais fácil perceber o quanto que o EU, como indivíduo, as minhas necessidades, os meus problemas pessoais e familiares, a minha empresa, meus lucros, meu país, o MEU…, MEU…, MEU…., atrapalha qualquer possibilidade de estratégia. Pois para o jogo chegar ao final não podemos fugir ao foco. Sendo um ponto em comum, o MEU passaria a ser NADA diante do NOSSO.

A conclusão é que precisamos unir esforços, usando as hastes que precisam funcionar, não há desculpa. Precisamos criar recursos para os mais necessitados, abrir mão do egoísmo e da preocupação com o EU e o MEU. A única chance de ganhar esse jogo é focar no centro do problema, o resto virá como deve ser, naturalmente, e de quebra com um aprendizado importante que mostrará à todos nós novos caminhos e o significado e a dimensão do trabalho conjunto no planeta, focado e amparado por todas as nações.

Por isso, já decidi. Vou ao ponto.

Fico em casa.
Kawer
Enviado por Kawer em 23/04/2020
Código do texto: T6926693
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