RECORDAÇÃO
Dava gosto acordar cedinho na segunda-feira, correr para a janela para ver aquele mundo de gente, se deslocando para a cidade. A pé, montados em cavalos, jegues ou carregados em carroça de boi, charrete ou cabriolé. A tarde quando os moradores locais e das comunidades circunvizinhas voltavam da feira. Muitos faziam sua parada naquela humilde moradia, para descansar um pouco, como também saciar a sede com a água friazinha da jarra de barro, que sempre era servida pelo garoto. Eram inúmeros, ”agradecimentos, ” e “Deus lhe abençoe, ”. Porém havia uma senhora, comadre da sua mãe, essa sempre agradecia e agraciava o garoto, levando algo para o mesmo, ou seja, uma coisa que toda criança gosta, os deliciosos confeitos artesanais, chamados de quebra Bochecha.
No entanto, nem sempre o menino estava a presenciar e a servir, pois quando sua mãe resolvia ir à feira com o seu pai, também o levava para caminhar naquela longa estrada, pois não possuíam tipo algum de transporte. A estrada era cortada por um riacho, por nome “esperança, ” quando no período de chuvas fortes, não dava passagem aos pedestres, pois era grande a sua força. Mais adiante, cortando a cidade, estava o rio Curimataú.
Ao chegar na feira, o primeiro destino era a banca de carne de sol, do marchante “Pai Chico, ” como assim era chamado o seu avô. Bem ali ao lado estava a Igreja Matriz da cidade, onde a mãe o levava para a missa dos feirantes. Terminada a missa, a mãe comprava um pouco do que podia e partiam em regresso ao lar.