O Sonho de Amanhã

Sonho com um amanhã repleto de esperanças. Cheio de outros amanhãs, com mais esperanças ainda.

Comecei a mudar meus planos. Refazer minha vida em cada pedaço. Aos poucos – é claro; afinal, consideremos os riscos de trocarmos os pés pelas mãos. Vês? Arriscado. Muito arriscado, certo? É tombo atrás de tombo. Não queremos cair mais. Só quando for para nos levantarmos mais fortes.

E eu te pergunto: se não for pelas nosssas Esperanças, pelos nossos Esforços em sermos felizes (SEMPRE RESPEITANDO O ESPAÇO ALHEIO, QUE FIQUE BEEEM CLARO ISSO!), ora, de que adianta vivermos?

Cada dia é sempre um dia para planejarmos mais coisas boas em nossa vida. Vivermos um quinhãozinho a mais – apesar dos pesares de vivermos em uma época tão dolorida, vazia, desprovida de sentido e que parece desfazer a felicidade.

A Pandemia veio numa época em que o ser humano (ao menos a maior parte da humanidade) já se encontrava fora do rumo da justiça, da Razão, da PAZ. Veio numa época em que restos humanos, semiconscientes, se espalham com mais força do que o próprio COVID-19. Isso não é novidade. A Pandemia veio para piorar tudo o que já estava ruim.

Mas não nos percamos lamentemos eterna e impassivamente pelos DEScaminhos os quais constatemente temos passado. É um período de Trevas – longo e doloroso período esse –, mas que nos trará (ao menos aos que procuram evoluir como ser humano) muitas lições. A quarentena nos obriga a sermos mais próximos de quem convive conosco. De nos respeitarmos mais. De aceitarmos mais as pessoas como elas são. E elas a nós.

Eu tenho 43 anos e vivo num município que foi se deteriorando há alguns anos. Para mim, foi perdendo sua graça, seu aconchego, sua qualidade, assim que abriu suas portas para coisas humanas sem educação, sem respeito pelo espaço alheio e pela urbanidade. Lamento muito por isso. Não consigo evitar de redigir minhas lamentações sobre isso. Esse câncer humano se espalha com desigual velocidade. Mas deixemos isso de lado – ao menos por ora, certo?

Eu prefiro manter minhas esperanças – e minhas expectativas. Sem as duas, somadas aos meus sonhos, eu não veria mais graça em habitar esse mundo. Não é um probleminha qualquer.

Eu creio que compartilho do sentimento saudoso de outros leitores/autores que por aqui passam e registram seus sentimentos e suas ideias. Pessoas que sentem saudade de um tempo em que poluição sonora, desrespeito ao espaço alheio etc., eram raros e, quando ocorriam, eram reprovados na mesma hora em que se manifestavam. Os infratores eram advertidos e caíam em si. Era outro mundo e outra época. Não havia tanto lixo humano como há hoje, em proporções desiguais. Criaturas que só conhecem seus direitos, NUNCA seus deveres.

Como o meu leitor pode notar, isso tem me perturbado muito. Essa falta de respeito ao espaço alheio.

Mas fora essa imundície que estraga os lugares em que moramos, frequentamos (supermercados, ruas etc.), prossigamos com nossos sonhos. Que sonhar não faz mal. A gente sempre vai ter alguém que possa ouvir nossos desabafos e, embora não concorde totalmente conosco, ao menos irá fingir fazê-lo. Saberá nos ouvir.

Saberá nos ouvir com o coração. Gente amiga. Com bons conselhos – e ouvidos.