O RETORNO

Na novela de Tchekov, As Três Irmãs,elas recebiam oficiais em jantares ou saraus e sonhavam ir para Moscou, cidade na qual punham todas as expectativas de felicidade futura, jamais foram. Minha Moscou foi São Paulo,saí de São José dos Campos mais do que esperançoso, quase convicto, de que ali seria feliz, não fui.

Quando retornei definitivamente para minha cidade senti apenas meu pai realmente feliz por minha volta, os demais tinham-me censuras veladas, Sentia-me ainda meio incerto quanto à decisão, embora conviver novamente com Papai fosse um grande alívio, pois o amava de modo pro-fundo.

Cheguei no fim de tarde conversamos até tarde após o jantar, fui feliz dormir no antigo quarto: Nunca mais precisaria voltar à Capital!

Na manhã seguinte saí, não me recordo o porquê nem para onde iria, percorri a curta distância de minha rua, Caio Madureira, até a Getúlio Vargas. Minha rua dava então bem de frente com a casa de dona Ifigênia, uma senhora negra e septuagenária muito católica e querida que, ao ver-me, sorriu-me e nos cumprimentamos. O sorriso dela, exatamente isto, um sorriso fez-me concluir que fizera bem em retornar: Há quanto tempo não recebia um sorriso pela manhã?!