VAI UM PÃO SINISTRO AI? (BVIW)
 

Nem te conto seu Machado, mas SE EU  DISSER que o nosso país está que nem a corte do rei  Pétand, invocado pela senhora Pernelle, protetora de Tartufo, que disse que nessa corte todo mundo falava o que lhe vinha às ventas e nada se respeitava. Mas o que se há de fazer diante do atual pandemônio...? Você ai não sei, mas eu aqui, morrendo de medo de dá um espirro, enfrentando uma dúvida cruel, e para me libertar do stress, não sei se recito batatinha quando nasce, ou passo a frente uma receita de “pão sinistro”, conhecido como “bró”, que aprendi com Euclides da Cunha - aquele mesmo que escreveu Os Sertões
Ah,  deixa isso pra lá, mas, falando sério, quando escrevo   não sei se busco reconhecimento , ou simplesmente  procuro uma alma para alimentar, uma alma que sinta na leitura a mesma liberdade que sinto quando escrevo, uma alma poeta para quem a fantasia seja realidade e a realidade nada signifique e que me veja  escrevendo de maneira inconsequente,  apenas registrando  pensamentos  como um meio de satisfação pessoal. Enfim, buscando  uma alma que sinta como eu e corresponda,  que veja a transitoriedade de nossa existência, que sinta os conflitos essenciais, e, como bem diz o chinês  Lin Yutang, que enxergue tudo de bom e belo no coração humano .
               
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 05/05/2020
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