Delatores

"A crítica é fácil; a arte é difícil. Mais fácil, ainda, é ser profeta de coisas passadas”. Ouvi essa expressão quando adolescente, ao datilografar um relatório técnico, ditado por meu chefe, engenheiro de reconhecida competência, hoje, residindo nos páramos celestiais.

Criticar é avaliar, apreciar, censurar, elogiar e estabelecer a verdade. Os críticos são pessoas de notório saber na área de sua atuação. Compete-lhes, portanto, apreciar, avaliar, criticar e estabelecer a verdade sobre fatos alheios ou de interesse pessoal.

A propaganda é uma forma de crítica. Ao exaltar as qualidades de produtos e serviços, a fim de alcançar grande número de consumidores, avalia, elogia e, não raro, exagera as qualidades nem sempre eficientes dos itens propagandeados.

Não sou crítico, muito menos crítico literário. Quisera eu! Se me excedi em certos comentários, fui imprudente. Por isso, peço penhoradas desculpas ao complacente leitor.

Hoje, escrevo para sugerir a leitura do livro Delatores, de autoria da escritora e atual deputada federal, Joice Hasselmann, eleita pelo PSL, ex-partido político do presidente da República, Sua Excelência Jair Messias Bolsonaro.

Nas páginas da citada obra são transcritos depoimentos judiciais dos envolvidos na quadrilha do Lula, figura ignóbil que manchou com seus atos desonestos as cores verde e amarela do pavilhão nacional.

Um sem-número de depoimentos poderá ser revivido naquele compêndio, escrito antes de a autora mudar suas convicções políticas. Atualmente, Joice atira pedras em quem tanto ajudou a elegê-la

deputada federal. Seu gesto mesquinho incita-me a parafrasear letra de música do saudoso Nelson Gonçalves: Ela traiu um amigo e cuspiu no copo em que tanta água bebeu. Uma ingrata!

Pergunto-me receoso: Lula e seus sequazes voltarão ao poder? Alguns, sim, voltarão, conduzidos por comparsas impunes. Lula, rico, velho e delinquente, continuará emprenhando os ouvidos de quem pretenda ouvi-lo.

Entristece-me imaginar tal possibilidade. Temo que pessoas desmemoriadas e sem-vergonhas aspirem, por conveniência ou desonestidade, o retorno do demônio de nove dedos ao comando de práticas delituosas, tanto mais graves quanto as narradas no livro de Joice.

Espero, todavia, ver confirmada a máxima: “O mal por si se destrói”. Assim, o brasileiro de boa índole não será tentado a cometer o insano erro de fazê-los retornar ao cenário político.

Consoante declarei, no início deste texto, não aconselho a leitura de Delatores arvorando-me crítico literário. Também, não o faço por remunerada ou gratuita divulgação. Intenciono sim, avivar a memória envelhecida de incautos brasileiros de boa-fé.

Leia Delatores! Recordar é sofrer duas vezes, sei disso. Mas refrescar a memória nos faz bem. Quem sabe, mudemos nosso conceito sobre honestidade, atributo de saudosa memória.

Pense nisso, leitor!