Retrato da Vida

A vida é uma constante mutação. Costumo repetir uma verdade: a gente nasce, cresce, envelhece e, finalmente, morre. Nesse interregno, passamos por alterações no nosso genótipo hereditário. São mudanças naturais que nos acompanham à velhice. Sem escapatória.

Em rápida passagem do tempo, deixamos os macios cueiros e os acolhedores braços de nossas mães, permutando-os pela fase lúdica da vida. No correr dos dias, iniciamos os estudos ministrados pela professorinha, coadjuvante de nossa formação para a vida que nos aguarda com variadas surpresas.

Na idade adulta, complementados os estudos de nível superior, enfrentamos as lides cotidianas como profissionais de uma ou mais atividade do conhecimento humano.

Alguns de nós trocamos os estudos pelo futebol, esporte empolgante que arrasta multidões aos estádios. Trata-se de escolha pessoal, às vezes, lucrativa para os que se afirmam por méritos inatos.

Outras pessoas escolhem a música não apenas por divertimento, mas, como meio de revelar-se a um público crescente. Enriquecem graças ao elevado comparecimento dos jovens aos shows de baixa qualidade artística e cultural. Lamentavelmente, certas “estrelas” da música pop ascende no cenário musical e artístico sem a devida competência, impulsionados por espectadores, igualmente, medíocres.

A vida é sempre um recomeço. Enquanto vivemos, enfrentamos novos desafios, sonhando com momentos alvissareiros, em meio às dificuldades naturais do cotidiano.

Minha mulher e eu nascemos em plagas nordestinas. Eu, na Paraíba; ela, no Ceará. A escassez de chuvas, a temperatura elevada e o desenvolvimento econômico menos célere da região são incapazes de reduzir nosso entusiasmo de superar os obstáculos. Por sermos fortes, resultamos vitoriosos.

Sem alardear ou ser cabotino, reputo a região Nordeste como celeiro de boas novas. O Nordeste é reconhecido pela prodigalidade de sua gente, destacada no cenário intelectual e artístico. Ilustres personalidades do saber são nordestinos. Esses entes, embora sofridos, não cedem ao ócio. Vão à luta, a despeito das adversidades.

Tenho quatro netos: duas jovenzinhas e dois rapazinhos. A mais velha vive por conta própria, depois de graduar-se em Engenharia Elétrica, pela Universidade de Brasília, e concluído Mestrado na UFRJ, na área de sua especialidade. Atualmente, trabalha em conceituada organização sediada no Rio de Janeiro. Os demais, ainda labutam para concluir o ensino médio e enfrentar os concorridos vestibulares.

Dois da minha segunda linha de sucessão aniversariaram, recentemente. O rapaz, completou dezessete anos; a mocinha, quinze. O terceiro marcou encontro com o tempo para comemorar sua décima oitava passagem genetlíaca, em maio próximo. Todos dominam com desenvoltura o idioma de William Shakespeare, o maior escritor inglês e o mais influente dramaturgo do mundo.

Não sou um avô coruja. Pareço? Amo meus netos com todas as veras do meu coração, razão por que insisto em comentar os seus feitos. Dos três, dois pretendem ser médicos, profissão de alguns dos seus antepassados, nascidos na Paraíba, e dos pais e avós paterno e materno. Torço por suas vitórias individuais. Rogo a Deus que me conceda a suprema ventura de vê-los vencedores.

Peço vênia ao estimado leitor por não ter retratado a vida com a devida eloquência. Não o fiz, por não saber pintá-la devidamente. Gostaria de retratá-la como realmente o é: um presente de Deus!