A Egrégora

       Quando uma emissora de radio emite sua programação ela é transmitida por uma onda eletromagnética fazendo com que o programa se espalhe por todo o espaço, que a potencia da emissora permite. Dentro de nossa loja, um aparelho de radio receberia a freqüência da emissora através de um simples ajuste de um botão.      Este ajuste faz com que a freqüência do radio receptor fique igual a freqüência da emissora, cuja onda já está aqui. Quando as freqüências ficam iguais ocorre a ressonância. E aí a onda eletromagnética se transforma em onda sonora que é a função do aparelho de radio. Ouvimos o som do radio.
A egrégora pode ser definida como uma energia que é o somatório dos desejos e aspirações individuais dos membros de um grupo. É uma energia resultante. Ela significa a “aura” de um local onde há reuniões de grupo, e também a aura de um grupo de trabalho. Provém do grego egrégoroi, e é a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com finalidade espiritual, acumulando a energia de várias freqüências. Quanto mais luz tiver o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que ela incorpore aos demais. E isto vai ser muito importante numa aula ou na reunião de um grupo pois o ambiente fica energizado. Alguns professores são especialistas neste mister. Eles fazem com que o grupo se estimule. Animados todos, ao longo do tempo vão liberando energia para a egregora. E a aula passa rápido e é prazerosa.
Outro exemplo simples é o amor familiar que gera um fenômeno do espírito que mantém a união da família. A egrégora cria a empatia entre os elementos da família.

A família se desmontaria , e as vezes até acontece, quando a egrégora se dissipa. Não haveria mais identificação entre os seus membros. Não haveria mais vínculo entre eles. E a harmonia se “manda”. E onde não há harmonia nada dá certo.
Isto vale para qualquer agrupamento. Pode ser um templo ou uma loja, existem até em categorias sociais. Eles têm a sua egrégora que é a alma coletiva que resulta da soma das energias que cada um dos membros coloca a serviço da harmonia, e o grupo se comporta envolvido pelo pique do amor fraterno. Esse somatório envolvente de sentimentos é uma poderosa central de energia magnética que interfere e gera uma serie de fenômenos.
Se no grupo existir energias negativas oriundas de disputas egoístas, por interesses próprios, pela discórdia e outros males, frutos da ignorância humana as pessoas sentem o peso do ambiente triste e infeliz. Os agentes do mau humor e e aqueles que vivem reclamando da vida transmitem ondas negativas e dependendo das pessoas que convivem com eles e que funcionam como receptores os resultados podem ser lamentáveis.
As vezes numa reunião chega uma pessoa que irradia simpatia e o ambiente se torna um pouco feliz e maravilhoso . Esta pessoa libera “coisa” boa. E todos recebem os , digamos, fluidos positivos. . Por outro lado as vezes um agente do negativismo entra num ambiente e se cria uma nuvem de abatimento e melancolia. De uma hora para outra. E é comum.
Pressentimos a “aura coletiva” como uma energia armazenada que paira sobre as pessoas reunidas em grupo. No trabalho ou na aula ou numa festa. Como físico, vejo o fenômeno claramente como se fosse uma onda se propagando e se refletindo a cada instante nas paredes do ambiente. E sinto que ela , a cada incidência nos limites das paredes se refletem reforçadas ao passar por cima de nós. Chama-se interferência construtiva. É uma onda que flutua no ar, eivada de amor e de harmonia. E absorvemos todos os bons fluidos e a enchemos também com os nossos. A resultante da onda faz o recolhimento e ela vai encorpando. Passa de um em um. Todos, percebem a energia que se criou ali com a participação de todos.
Há um envolvimento notório gerado pelas ondas de carinho, irmandade e amor numa comunidade em que a harmonia impera.
Em física se chama amplitude a esta soma. Ela pode ser gloriosa pois conta com a soma da felicidade e dos bons fluidos de todos e a cada instante se torna maior e melhor . Sentimos um crescendo a cada minuto. É comum em confrarias em que a felicidade e a harmonia imperam. Sessão Parece que nossas mentes funcionam como antenas receptoras de ondas que são transmitidas por entes superiores. Eles transmitem na mesma freqüência de nossas mentes. Só precisamos estar com nossas mentes receptoras em sintonia. E são ondas de incomensurável sabedoria. E se as freqüências se igualarem acontece a ressonância. Sintetizando: a egrégora é a alma coletiva evocando um poder invisível.
Platão, há mais de 2.400 anos, já tinha se referido a este fenômeno. Muitas e maravilhosas coisas foram escritas pelo incrível filósofo que muitos dizem ter sido um iniciado nos mistérios egípcios. Mas talvez poucos saibam que Platão ministrava cursos sobre o Bem, os quais recusou-se terminantemente a escrever, mantendo-os em segredos.

Nesses cursos o mestre discorria sobre as ultimas realidades e sobre os primeiros princípios, adestrando seus discípulos para a compreensão desses segredos através de métodos rigorosos. Entre eles freqüência, ondas, interferência, ressonância e harmonia. Platão estava convencido de que essas realidades só podiam ser transmitidas através da adequada preparação interna.
Em sua Carta VII, Platão escreveu que:
“o conhecimento dessas coisas não é transmissível como os outros conhecimentos, mas após muitas discussões sobre tais coisas e após um período de vida em comum, quando, de modo imprevisto, como luz que ascende de uma simples fagulha, esse conhecimento nasce na alma e de si mesmo se alimenta. Essas coisas são apreendidas necessariamente em conjunto e quando separaremos o verdadeiro e o falso. Isolados. ”
E finalizou:
Sobre essas coisas não há nenhum escrito meu e nunca haverá."
Platão já conhecia o processo do saber intuitivo humano e propôs um método de utilização conjunta de nossas aptidões para atingir o conhecimento. O mestre já conhecia isso. Ele conhecia o segredo !

Pense nisto. Você é um transmissor e ao mesmo tempo receptor. Transmita bem e receba o que interessa à sua mente.  E pense sempre nisto ! Abração !


Geraldo Fulgêncio
Professor de Física e Matemática
Engenheiro Eletrônico.