A Geração Coca-Cola faz 60 anos

“Somos os filhos da revolução,

Somos burgueses sem religião,

Somos o futuro da nação.

Geração Coca-Cola.

Vamos fazer nosso dever de casa

E aí­ então, vocês vão ver,

Suas crianças derrubando reis

Fazer comédia no cinema com as suas leis”.

Renato Russo.

Se vivo fosse Renato Russo teria feito este ano 60 anos, nascido em abril de 1960, o poeta maior de nosso rock faz parte de uma geração a qual me orgulho de pertencer, que moldou o país que temos hoje.

Vivemos os anos 70 e 80, os anos de nossa inquieta adolescência, rica em criatividade cultural e inconformada com a conjuntura política do seu tempo, o que nos levava as ruas construindo o que viria a ser o pais que temos hoje.

Nossas bandas eram Legião, Kid Abelha, Titãs, Biquíni Cavadão, Capital Inicial, Ultraje a Rigor, IRA, Nenhum de Nós, Barrão vermelho, Engenheiros do Havaí, Os Paralamas, RPM, Blitz, isso só para lembrar as mais famosas. Essa turma de mente brilhante, hoje todos já Senhores e Senhoras dos seus 60 anos.

Vemos hoje nossos filhos e alguns já vendo seus netos curtirem estas mesmas bandas, com o mesmo entusiasmo que tínhamos em nossa época. Entendo que seja mais pela qualidade das musicas, do que pelo fato de terem sido estas as bandas de seus pais.

Creio ainda, que, o que esta levando a atual geração a visitar estas belas musicas, cantadas por essas bandas maravilhosas, é puramente o pobreza cultural que passa nosso Brasil, afinal o que temos hoje é o que minha geração chamava de cantores e bandas bananeiras, só dar uma vez.

Como dizia o poeta Belchior "nossos ídolos ainda são os mesmos, e as aparências não enganam não”. E viva a geração Coca-Cola, a minha geração!