CRÔNICA EM QUEDA LIVRE - BVIW

Escrever sobre um tema em aberto é como mergulhar em queda livre, tamanha sâo as possibilidades.
Em qual recôndito do meu ser, encontrarei um eco que responda a alguma das questões que se fazem presentes, ao correr dos meus minutos?
O relogio da vida tem batido seus compassos com a mesma velocidade, muito embora meus instintos insistam em se ater à dor acumulada. Como um castelo de cartas, relações se dissipam, valores se desagregam, e eu me resto.  Insisto em me bastar, sabendo que, nas tentativas e erros que precedem cada manhã que levanta o Sol, não há tempo para arrependimentos. A corrida é contra o tempo, já desde o momento em que foi dada a largada inicial.
Há vezes em que a urgencia pela sobrevivencia é inconteste, colocando em cheque o prazer e o instinto de permanencia, e choramos o que foi, por não o sabermos tão belo.
Esse sentimento fluido e geral dói exacerbadamente, e me faz voltar os olhos à minha eterna árvore companheira de solidões, que ora contemplo, a agitar seus galhos.
Pois se é a vida, e a mim leva, deva haver um principio. Dele não saberei o misterio, muito embora o tenha chorado em meus prantos, e olvidado em meus caminhos tortuosos.
Ventos acenarão, com a árvore a se fazer presente. O dia completará seu termo, e dele saberei somente sua existencia.
Shila Kalmi
Enviado por Shila Kalmi em 19/05/2020
Reeditado em 19/05/2020
Código do texto: T6951980
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.