ESCREVENDO UMA CRÔNICA NA MADRUGADA

Todos dormem, o cansaço abateu a todos da casa, depois de um longo dia de atividades domésticas. Exceto eu, que por ter tomado uma boa xícara de café, encontro-me acordado e com uma latente força literária gritando dentro de mim, pedido para sair do meu ser literário. O silêncio da noite traz-me inspiração. Não há sequer um barulho para atrapalhar esse momento produtivo que flui paulatinamente. Estou confortavelmente no sofá.

A temperatura está tão agradável que não preciso de um mecanismo de ventilação, para compartilhar comigo esse ócio noturno. Os pensamentos vem e vão. Penso no que está acontecendo ao meu exterior, nos acontecimentos circundantes e tumultuosos, que têm deixado muitos em desesperos e a outros em pânico. Um mal importado do oriente e que pela sua invisibilidade tem causado estrago de mortandade em todos os confins deste planeta.

Por isso, muitas covas são abertas, o convite não foi enviado, mas o Covid-19 chegou avassalador. Mexeu com todos. Têm-se vitimados a muitos. Uma forma de viver chegou. Pais que não conversavam com seus filhos, hoje estão mais próximos. Parece que o capitalismo estacionou.

Com isso, surgiu também um outro problema de ordem primária, a manutenção do corpo pelo alimento, elementos básicos e tão necessário. No entanto, para muitos, a escassez está à porta. Escrevo para convidar o sono, uma bocejada aparece, vejo que é preciso descansar por meio do sono. Paro de escrever e lentamente sou levado à sonolência de um corpo que está cansado e que já não tenho mais a jovialidade de outrora. O sofá torna-me um grande atrativo para o fechar dos olhos. Sinto-me minha força esvair. Deito lentamente como se estivesse mergulhando num colchão de plumas, não consigo segurar o computador de mão, mas uma coisa eu tenho certeza, acordarei renovado como o vigor de uma águia.

Postado por HELIO OLIVEIRA DA SILVA

HÉLIO SILVA
Enviado por HÉLIO SILVA em 25/05/2020
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