Sem Palavras.
Acabei de ver uma águia solitária voando a uma altura e velocidade incomensurável. Cá embaixo a peste, a fome, a guerra, a discórdia. O presidente chamando governadores de bosta, prefeitos de bosta, ministério de bosta, povo de bosta. Alguns lutando pela vida, outros por podres poderes, dona Zileide varrendo a calçada e olhando por cima do óculos os transeuntes mascarados e apressados, aparentando correrem atrás do coelho de Alice no país das maravilhas ... Os picolezeiros não trocam mais por vasilhame; as crianças não brincam mais de bete, pipa e muito menos cadeirinha de salvar. Estão amolecidas pelas tecnologias; os aposentados há muito deixaram as praças com medo dos pombos, dos nóias e dos vírus; os autônomos se transformaram em almofadas e óleo de máquinas... O céu azul e o frio de fim de maio tenta dizer alguma coisa além de bosta, bosta, bosta ...
Enquanto uma águia solidária atravessa o horizonte rumo ao norte ...
SAvok OnAitsirk _______