...O único senão foi o rádio que não dava mais sinal de contato.

Mestre Rodrigão chamou o seu filho Júlio que havia estudado eletrônica à distância, bem de longe.

Em frente ao rádio Júlio parou de sorrir.

O defeito era mais grave do que parecia no início.
Um forte cheiro de queimado estava impregnando o ar da cabine.
O risco de um incêndio fez Mestre Rodrigão optar por não tentar religar o rádio naquela noite.

Todos sabiam da importância do rádio que os mantinha informados sobre qualquer mudança principalmente climática.

E os sinais que a própria natureza fez naquela noite, não deixou, nem Mestre Rodrigão e nem Jonathan, dormirem.

Começaram a analisar os problemas que teriam pela frente.

As gaivotas tinham sumido no final da tarde. 
Observaram ao longe dois cruzeiros marítimos em velocidade acima do normal seguindo rumo ao norte.

Na mesma madrugada, escuro ainda, mais dois navios que deveriam ser cargueiros também desapareceram rapidamente no horizonte.

Um sentimento de aflição tomou conta de Mestre Rodrigão, aquele "feeling" de outras pescarias ressurgiu, avassalador de uma forma como nunca tinha acontecido,

Eles tinham hesitado em acordarem aos demais pelo barulho do motor, mudaram rapidamente de idéia.

Eles ligaram o motor e a hélice correspondeu também aos comandos, foi um só  suspiro para ambos.

Mas, ao se movimentarem, súbitamente, um barulho estrondoso e repentino se fez ouvir e o barco balançou perigosamente.

Os demais acordaram sobressaltados lançados fora dos catres..

Jonathan quase foi atirado nas águas geladas, mas equilibrou-se e segurando-se em cordas foi até o bordo do barco.

***
...continua em Traineira Esperança - Parte XII - Os dois tubarões gigantes e a tempestade.
Robertson
Enviado por Robertson em 31/05/2020
Reeditado em 01/06/2020
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