Alguma Tristeza.

Sei que você também já esteve em dias de profunda desilusão existencial, dias em que se ouve mais o silêncio do vento e suas carícias na pele do que o burburinho mundano, dias de solidão mesmo rodeado de pessoas, o vazio, a falta de sentido e outras terminologias psicológicas. Vivemos a peste, o fascismo, o comunismo de novo em voga, o racismo, a discriminação, a crítica desenfreada, egos inflados.Vivemos tempos realmente sombrios. Os efeitos colaterais deste momento histórico refletem nitidamente no modo comportamental de uma maneira geral. Percebe-se a impaciência, a fúria, a vingança, a intolerância. Parece que a humanidade regrediu algumas décadas, apesar de que houve um tempo no século XX em que as pessoas eram mais educadas no lidar uns com os outros.

Sim, estou triste, muito triste, assim como imagino que alguns de voces também estejam. Ou até mais. Sempre tem alguém em pior situação que a nossa. Por outro lado, não estou triste a ponto de me matar ou virar um pinguço de esquina. Não. Minha tristeza não tem muita explicação. Eu a conheço! É antiga. Está aqui, dentro de algum lugar em meu coração e sempre tentando me apertar. Mas sou forte e resisto. Ela, por sua vez, insiste também para que eu me prostre, fique acamado ou cabisbaixo, enquanto procuro me ajoelhar, orar, correr, tomar um banho e acreditar que o amanhã trará dias melhores...

Savok Onaitsirk _______

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 05/06/2020
Reeditado em 05/06/2020
Código do texto: T6968373
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