Na Curva do Rio
 
Aos dezessete anos...
E um mundo ficara para trás. Um mundo de menino e suas brincadeiras: bolinha de gude, finco, raia e pipa e chorão postos no ar. Cerol e rabiola e manivela. Carrinho de rolimã... Perna de pau... o que não faltava era criatividade e imaginação. Havia o gramado que servia para tudo: quarador de roupa, campo de futebol e brincadeira de circo. Havia um barracão, oficina para todas as artimanhas para quando  o sol saísse. Um mundo de criança ficara para trás.
 
Aos dezessete anos...
E um mundo de adolescente estava ficando para trás. Estudos! E incertezas: o que e como seria? Como eram os outros jovens? O que esperavam? Como... e em uma manhã de junho foi com o colega e sua mãe. No sítio próximo outro grupo de jovens já ali estavam. Conversas, reuniões, fogueira... e um final de semana se passou.
Nada seria como antes. Tudo mudaria. Na cabeça só uma pergunta de uma mente inquietante: Como será daqui a trinta anos?
 
Aí o rio fizera a curva.
 
O redemoinho carregara para o fundo aquilo que não seria. O relevante a correnteza levou adiante.
Aos dezessete anos...
O mundo já é outro. O menino dormiu dentro do homem que se fizera.  O jovem cedera e deixou o adulto se fazer com decisões tomadas pelo consciente que queria ser.
Trinta anos... mais doze se passaram. E acordou-se com aquela vontade de ali, naquele sítio, retornar. O tempo passou e a Natureza vence silenciosa o humano. Tudo mudara ali.
 
Aos quarenta e dois anos depois a vida segue o curso do rio que se faz ora redemoinho ora remanso ora correnteza novamente.
Dedico esta crônica àqueles jovens que ali estiveram interagindo para descobrir o mistério da vida e àquelas senhoras, mães, que de nós cuidaram. Muitos continuam aí pelo mundo e outros... São todos lembranças e saudades.
 
Àqueles cinco e seis de junho de 1976, jamais esquecidos.
 
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 05/06/2018
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de 19 de Fevereiro de 1998.
 
 
 
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Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 06/06/2020
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