Por Onde Andamos?

Matilde e eu já realizamos passeios aquáticos por importantes rios brasileiros e estrangeiros. Em viagens de férias pelo Brasil, navegamos por águas do rio Amazonas, o segundo do mundo em extensão, e do Solimões, seu importante afluente.

O rio São Francisco, conhecido como o Rio da Integração Nacional, nos proporcionou agradáveis momentos a bordo de embarcação de pequeno porte, senão confortável, pelo menos segura. Na oportunidade, visitamos a famosa hidrelétrica de Paulo Afonso, obra das mãos de renomados engenheiros brasileiros, expoentes da ciência e do saber tupiniquins. Essa visita foi realizada sob o olhar crítico de nossa netinha Natália, engenheira eletricista, com mestrado na área de sua especialização.

Nos Estados Unidos, percorremos trechos de rio Hudson, que banha a cidade de Nova Iorque. Enquanto o barco deslizava lentamente, vislumbramos a famosa Estátua da Liberdade e a sede das Nações Unidas, além de outros monumentais edifícios e logradouros da Big Apple, entre os quais, o Empire State Bulding, ostentando 443,2 metros de altitude.

Ainda busco na memória a imagem do Word Trade Center, obra espetacular que desafiava as alturas com seus 541 metros. Em 11 de setembro de 2001, as Torres Gêmeas, como eram conhecidas, foram postas a pique por aviões sequestrados e pilotados por ordens da Al Qaeda, organização terrorista comandada por Osama Bin Laden. O ato desvairado provocou a morte de 2996 pessoas.

Durante nossas excursões turísticas, também navegamos por conhecidos rios europeus: Sena, Tejo, Douro, Danúbio e outros de menor repercussão. Por todos eles, curtimos deslumbrantes viagens, deslizando por águas margeadas por indeléveis vistas históricas.

O Danúbio é o segundo rio em extensão na Europa, com 2850 quilômetros, ocupando uma área de 795.686 quilômetros quadrados. Nascido na Alemanha, favorece à navegação e serve de divisa a nove países. São eles: Eslováquia, Croácia, Bulgária, Moldávia, Áustria, Hungria, Sérvia, Romênia e Ucrânia.

Apesar da importância econômica propiciada aos países margeados por suas correntes fluviais, o rio Danúbio sofre os efeitos da poluição, desastre ambiental que desafia os poderes nacionais constituídos.

De rios, já falei. Resta-me, agora, narrar nossas viagens marítimas. A primeira foi a bordo do navio Olympia, embarcação de médio porte, transportando 1500 passageiros, afora centenas de tripulantes. Ao ensejo dessa oportunidade, singrando as águas do Mar Egeu, visitamos as ilhas gregas de Mykonos, Creta, Santorini e Patmos, esta última, local onde o Apóstolo João escreveu o Livro do Apocalipse.

Aportamos em Istambul, na Turquia, conhecida no passado distante sob a denominação de Constantinopla, em homenagem ao imperador Constantino. Constantinopla tornou-se capital do Império Romano a partir de 11 de maio do ano 330.

Navegamos pelo Estreito de Bósforo, também conhecido por Estreito de Istambul, separando terras da Europa e da Turquia. Bósforo liga o mar de marmara ao Mar Negro.

Costumo dizer que já trafegamos pelos Sete Mares, "expressão usada mais no sentido filosófico do que cartográfico". Os chamados Sete Mares são: Pacífico Norte, Pacífico Sul, Atlântico Norte, Atlântico Sul, Índico, Ártico e Antártico.

Matilde e eu já navegamos por outros mares. Refiro-me ao Mar da Galileia, também conhecido, biblicamente, por Lago de Genezaré e Mar de Tiberíades, onde o Senhor Jesus esteve por muitas vezes pregando o Reino dos Céus.

Mergulhamos nas águas insípidas do Mar Morto, cuja superfície é de 1440 km2, medindo 80 quilômetros de comprimento por 18 de largura, banhando terras de Israel e da Jordânia.

O Mar Morto tem seu nome associado à grande quantidade de sal, dez vezes superior à dos oceanos. Embora ostente esse nome, é alimentado por águas doces do rio Jordão.

Por julgar interessante, transcrevo parágrafo do livro de minha autoria, editado em 2013, denominado Encontro e Reencontro, no qual narro viagem a Israel. Ei-o, portanto:

"Às margens recuadas do Mar Morto, constatamos poços de água doce, denominados bolaines. São crateras que começaram a surgir há alguns anos. Incrível fenômeno! Por que, a poucos metros do mar salgado, as águas daqueles tanques são doces? Talvez, a resposta esteja no Livro de Ezequiel, capítulo 47, versículos 8 e parte final do 9, a saber:

"Então me disse: estas águas saem para a região oriental, e descem a campina, e entram no Mar Morto, cujas águas ficarão saudáveis (versículo 8); e, aonde chegarem estas águas, tornarão saudáveis as do mar, e tudo viverá por onde quer que passar este rio" (final do versículo 9).

Adentramos as águas do Mar Vermelho, em Jerusalém, banhando-nos para sentirmos, fantasiosamente, a sensação emocional da travessia dos israelitas, perseguidos por Faraó.

As viagens marítimas nos mantêm em razoável isolamento, enquanto a embarcação singra o mar revolto, sem, contudo, provocar depressão psicológica. A variedade de atrações artísticas, lojas de grife, inúmeros restaurantes e bares a bordo favorecem momentos de descontração e divertimento.

Os dias de asilo voluntário no navio associam-se ao prazer de conhecermos novas paragens. Não chegam a ser aborrecidos. Pelo contrário, nos divertem e até ensejam a oportunidade de abusarmos das fartas comidas e bebidas, servidas sem restrições.

Nossa recente viagem pelos oceanos Atlântico e Pacífico, iniciada no dia 28 de fevereiro de 2020, a partir de Buenos Ayres, foi realizada a bordo do navio Noruwegain Cruise, embarcação com 1500 tripulantes e quase 5000 mil passageiros, acomodados em cabines confortáveis e espaçosas. Seus 15 restaurantes, alguns renomados internacionalmente, 5 teatros e grandes ambientes para reuniões sociais e recreativas atestam o conforto e a satisfação oferecidos.

Os capítulos seguintes serão relatos de nossa permanência a bordo do Noruwegain, e de vários passeios por terras portenhas, uruguaias e chilenas, na companhia de nossas estimadas amigas Neide Batista Pereira e Alcione Maria Montandon.