PROTESTO AOS ALGOZES DO POVO

PROTESTO AOS ALGOZES DO POVO

Buscando me ver sob a pele do lobo que busca nos devorar, usamos a poética imaginação para nos ver no cargo de mandatário da nossa Nação.

Adentramos na Terra do Nunca Pindorama, onde o que existe é mera ilusão, já que nunca foi e ainda não é ou até nunca será. E é desse sonho de Pátria, que se desnuda o castigo, como se o próprio fígado fossemos temperar, pois a águia ainda clama, desde Prometeu, de que as vísceras precisam vir melhor pro jantar.

Então olhamos para cima, onde está o cerrado, e só vemos o cercado, onde o povo está. Lá percebemos as máscaras, que todos desfrutam, como porcos na vara, para um dia sangrar. Muito embora, a toda hora, nos minutos que temos, nota-se a morte levando a todos nós, os suínos, um a um, todos os dias, sem termos nostalgia do martelo que está a todo momento a nos crucificar, sem direito a nada, mas seguindo a boiada para o abismo que há.

Entretanto, sabemos que um dia as nuvens, que vieram com a tempestade, vão se dissipar. E o povo, acordado, não mais será porco ou gado, mas vai assumir seu lugar, expurgando os tiranos, que se apropriaram dos sonhos dos humildes que há, e também dos maldosos, que não entendem a vida, nem percebem o diabo que lhes quer dominar.

Aí se vê que o bem não carece de deboches do povo, nem chicote ou estorvo para que se possa andar para o destino almejado, e não para o patíbulo adornado em que vão nos ceifar das vidas, sonhos e do direito ao ganho que nos faz trabalhar.

Até quando o capeta se vestirá de humano, de político, militar ou engano, para nos trapacear? Seja hoje ou no Sol do amanhã, se espera é que o afã de ser livre virá, como os raios do Sol, que se espalham gigantes, transcendendo os instantes que nos querem a sangrar.

E se almeja também não mais ter deboches, vindo da boca de quem elegemos para ser nosso Norte, pois Deus ele ou ela não são, mas apenas serão o fruto de uma escolha entre nós, que não nos deixará a sós nas tormentas a enfrentar.

Então, basta! Chega de tiranias e algozes, chega de donos de tudo, chega de tantos prepotentes, pois aqui não somos nada, mas apenas uma água pelo rio a escoar, sem direito a passar nas mesmas cascatas, curvas e meandros duas vezes, encarando o oceano para um dia podermos evaporar e sermos a chuva que fertiliza a tudo.

Assim, faz-se necessário um protesto ao algozes do povo, da poesia, dos sonhos e da vida, que são direitos universais e não um favor de um efêmero líder humano.