A orientação dos filhos

Falando sobre filhos, o poeta Vinicius de Moraes, com a sua vasta experiência de muitos casamentos e de alguns herdeiros, assim se expressou em seu Poema Enjoadinho:

“Filhos... Filhos?

Melhor não tê-los!

Mas se não os temos

Como sabê-lo?”

É isso mesmo! Assim como não se perde peso indo todos os dias a uma academia de ginástica, apenas observando a malhação dos outros, o mesmo acontece em relação à criação de filhos: é preciso tê-los para aprender como lidar com eles. Arrisco-me a dizer que a vida de um casal só se consolida como tal, após o surgimento dos filhos. Enquanto não os temos, é como se fôssemos solteiros, embora nos achando competentes para opinar na criação dos filhos dos outros. E, sem dúvida, criar os filhos dos outros é sempre mais fácil. Não é à toa que se ouve muito a expressão “se fosse meu filho não faria isso” ou um “Ah! se fosse meu filho...” Até que se tenha o seu próprio...

Os referenciais que usamos na criação dos nossos filhos têm como parâmetros, em geral, o modelo que foi utilizado pelos nossos pais. Foi assim que aprendemos, sendo formado dessa maneira, um elemento importante da nossa estrutura de personalidade, amparado no conceito de análise transacional tão bem engendrado pelo Dr. Eric Berne, que definiu essa parte como estado de ego Pai, que muito vai nos ajudar na tarefa de cuidar dos nossos futuros filhos. Mas será que esses modelos que usamos como referência são os melhores?

Para complicar mais ainda, convém lembrar que esses filhos tanto podem vir de maneira responsável, planejadamente, como podem surgir do “acaso”. O que, com certeza, pode influir na maneira como serão criados. Mas mesmo diante de tais situações, o fato de pertencer a um dos dois grupos não vale como garantia de que um vai criar os filhos melhor que o outro. E tudo isso porque criar filhos, assim como samba, “não se aprende no colégio”.

Livros sobre o assunto não faltam. Desde os que tratam do desenvolvimento infantil aos que tentam auxiliar os pais nos problemas relacionados à educação.

Em meio a esse turbilhão de informações pergunta-se: qual a maneira acertada de orientar os pais na criação dos filhos? Essa orientação deve se limitar apenas aos pais ou a criança também deve ser contemplada nessa ação?

As informações técnicas, os estudos científicos, os profissionais competentes, nenhuma dessas alternativas deve ser desprezada nessa busca de subsídios para uma melhor orientação dos pais. Mas será que só isso basta?

Criar filhos nesse mundo conturbado em que vivemos acaba se tornando quase que uma loteria. Como diz um amigo, “se Deus não botar a mão no meio” para nos ajudar, talvez não possamos cumprir bem a nossa missão.

E essa ajuda pode se efetivar na busca de apoio nos ensinamentos bíblicos, em todos os momentos, como diz a palavra: “tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”. Pode até dar trabalho, mas não custa tentar!

Fleal
Enviado por Fleal em 09/06/2020
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