A VITÓRIA DE PIRRO !!! É UMA EXELENTE LEITURA PARA HOMENAGEAR TODOS OS PROFISSIONAIS ENGAJADOS NA COVID-19.

OBS :

ESTÁ CRÔNICA É DE UM MÉDICO AMIGO QUE TENTA HOMENAGEAR TODOS OS TRABALHADORES QUE ESTÃO ENVOLVIDO NO COMBATE AO COVID-19. HONRANDO EM CADA ESTADO OU PAIS O JURAMENTO DE SALVAR VIDAS . E A IDÉIA É FAZER UM MONUMENTO PARA HOMENAGEAR TODOS . QUEM PUDER DIVULGAR PARA AJUDAR AGRADECEMOS, ESPALHANDO ESSA MENSAGEM AO MUNDO.

Por Paulo Rebelo

Pela defesa de um MEMORIAL para honrar trabalhadores da saúde e segurança pública como os bombeiros e em memória das vítimas da COVID-19 no AMAPÁ.

(por que é importante o AMAPÁ erguer o memorial)

Assistindo a luta incansável de milhões de profissionais da área da saúde e segurança atuando no combate à COVID-19 pelo mundo a fora, em especial, no AMAPÁ, há algum tempo me ocorreu a ideia de incentivar a criação de um MONUMENTO ou MEMORIAL para esses trabalhadores e vítimas dessa pandemia.

A guerra contra a COVID-19 veio a restabelecer o verdadeiro significado da palavra HEROÍSMO que andava banalizada nos tempos atuais, quando na presente pandemia da COVID-19, homens e mulheres lutam bravamente contra ela, inclusive, tendo adoecido e muitos pago com a própria vida. Também, aprendemos o significado de coragem desmedida e amor à profissão e, sobretudo, ao próximo por parte desses profissionais e nesse sentido, eu me incluo como médico nesse valoroso grupo, muitas vezes, trabalhando sob condições adversas. "Amar ao próximo como a si mesmo" é o Segundo Mandamento que DEUS nos ensinou sendo levado à risca por essa gente que trabalha anonimamente, escondida por trás de com máscaras. A sociedade precisa saber que, enfrentando plantões duríssimos, não podendo se ausentar do local para nada, muitos em CTIs, inclusive no AMAPÁ, trabalham com fraldão descartável. Como não honrar essa gente?

Erguido no tempo correto e com o apoio maciço da população, a edificação teria exatamente a função pedagógica subliminar para governantes e o povo; não podemos jamais esquecer a tragédia pessoal e coletiva que se abateu sobre Macapá e veja que nem estou falando sobre o mundo; a partir daí, tanto o indivíduo quanto o governo cuidariam melhor de si e da saúde pública.

Além da agressividade da COVID-19, algumas graves questões contribuíram para a piora estatística da doença. No Brasil; quando não é a indiferença de parte do povo, é a sua ignorância específica; quando não é a incompetência de uns governantes, é a corrupção de outros. Desconheço casos semelhantes no mundo.

Como se não bastasse isso, boa parte do povo brasileiro tem memória curta. Não se busca extrair uma lição de acontecimentos históricos. Igualmente, governos não fazem autocrítica, reavaliando seus erros. Portanto, a saúde pública brasileira que já estava à beira do abismo, com a COVID-19, foi empurrada ladeira abaixo.

E, para piorar, o Brasil nunca deu atenção nem tem afeição por monumentos históricos. Entende-se que isso seria "proselitismo das classes dominantes", segundo o povo e intelectuais “socialistas”. Por outro lado, também, agora virou moda destruir o que não traz boas lembranças ou que seria sinônimo de opressão.

A falta de receptividade por parte de poucos críticos dentro da própria área da saúde ao erguimento de um momento ou memorial retro citado, felizmente não tem fundamento sólido. Em parte, decorreria do seu próprio estilo LOW PROFILE, ou seja, o desejo das categorias de não se expor publicamente, pois entende que servir é ato anônimo de altruísmo, o que é extremamente louvável. Dizem que não fazem mais do que obrigação, tal é a sua humildade e grandeza de seus atos. Porém, a toada de que isso, também, poderia prestigiar governos omissos, isentando-os de suas responsabilidades diante da tragédia provocada, não faz o menor sentido; pelo contrário, governantes faltosos no cumprimento de seus deveres lutariam para que não houvesse monumento ou memorial nenhum e se apoiassem, segundo seus críticos, seria oportunismo daqueles e prestigiar esses mesmos governos seria como passar por cima da incompetência e corrupção, sobretudo legitimando-os, desrespeitando os milhares de vítimas da COVID-19. Outra vez, isso é elucubração.

Por esse ângulo que eu discordo completamente, aceitemos a mea culpa pelo descumprimento de inúmeras medidas sanitárias; criar o memorial em tributo a profissionais envolvidos na guerra contra a COVID-19 e suas vítimas é olhar para o futuro, mas não é mascarar o problema nem esquecer o passado, sem abstrair uma lição pedagógica como na Vitória de Pirro ou pírrica, uma expressão utilizada para se referir a uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.

A mensagem final é que o povo, para não chorar mais tragédias anunciadas como essa, doravante que saiba voltar no seu candidato que seja ético e moral, caso contrário, em tragédias como da COVID-19, seremos sempre como na Vitória de Pirro; a pandemia foi derrotada, porém a um preço elevadíssimo para a sociedade.

Assim continuemos a lutar para louvar nossos verdadeiros heróis, heroínas e nossos entes queridos, erguendo o memorial em sua honra e glória.

Dessa forma, conclamo as autoridades públicas e privadas, a mídia local e o povo para abraçar essa nobre causa. É justa a homenagem aos nossos heróis e heroínas e um tributo aos nossos entes queridos que não puderam receber nossa visita enquanto estiveram enfermos da COVID-19, nem sequer receber o nosso adeus em um funeral digno.

A oportunidade é agora para restabelecer a justiça que nos conforta, aliviando o nosso sofrimento por aqueles que se foram, enquanto aplaudimos nossa heroica gente das áreas da saúde e segurança públicas.

DR.Paulo Rebelo, médico. CRM-AP 277

CARDIOLOGISTA