O AMOR INCONDICIONAL

O AMOR INCONDICIONAL

A mãe vê o seu filho à beira de um abismo, prestes a desaparecer dentro dele.

Ela o chama. Ele não ouve.

Estende os seus braços tentando alcançá-lo.

Impossível ele se afasta, chegando mais próximo das profundezas sem fim.

Ela sente dentro dela uma força poderosa que supera a sua limitação física, eleva-se acima do som de sua voz e, como um imã, tenta atraí-lo de volta.

É o amor, que ocupa o espaço sagrado no seu coração, mesmo que dentro dele caiba o restante da humanidade.

É o amor que resiste aos grilhões da ingratidão, se eleva acima da indiferença, porque é incondicional, é paciente e benigno.

É o amor equilibrante e pacificador que apaga o fogo das contendas e excessos. Ele é indomável e perseverante. Nas quedas o amor se fortifica.

O amor supera os ciúmes, caminha de mãos dadas com a humildade, com a caridade e não procura os seus interesses, não se altera, não guarda mágoas, nem ressentimentos.

Perdoa sempre.

Crê, espera e suporta.

Esse amor instala-se magicamente no coração materno, no exato momento em que a semente germina dentro dela. É a flor delicada, perfumada, crescendo passo a passo com o feto no seu ventre.

É a preciosa mudinha, determinada a vencer, crescer e mostrar ao mundo a sua força, o seu poder de superar os obstáculos do caminho.

Os ventos sopram e as tempestades da vida vão sacudindo esse amor, mas ele é invencível, porque está ligado ao Criador de todas as coisas.

O amor segue a lei da não resistência e, como a água, ele desconhece barreiras, porque cresce, se avoluma e passa por cima delas, vai batendo nas pedras do caminho, vai lapidando, vai burilando e vai aparando as arestas.

O amor não agride, insinua-se docemente.

Ao ceder, conquista, porque sem ele é impossível salvar o filho à beira do abismo.

Pelo meu filho ALEXANDRE

MDLUZ