A praça em frente a minha janela

Antes, mero local de passagem. Caminho de quem vai e vem da escola logo ali adiante. Corta caminho. Quem trabalhou um dia inteiro escolhe andar por sua grama ao voltar para casa. A praça em frente a minha janela é uma quadra inteirinha verde. Uma árvore bem grande fica aqui pertinho, as outras mais para lá são menores, e tem também aquelas ainda pequeninas. O pessoal foi plantando, e a gente vendo crescerem as arvorezinhas, preenchendo o espaço tão vazio da minha infância.

De simples caminho a lugar de refúgio, respiro, por alguns poucos minutos. Ou apenas de contemplação pela moldura da janela. A praça, nesse tempo de pandemia que nos isola em casa, nos acolhe em sua simplicidade – só um ou dois banquinhos, feitos de restos de madeira pela própria vizinhança. A grama nem sempre cortada. Um céu lá em cima, diferente do teto aqui de casa, infinitamente mais inspirador e libertador. A praça é agora a passagem mais próxima para o que conhecemos por vida.