Nós no peito
Sentada na poltrona do consultório,
Com a almofada de tigre no colo,
Vou identificando os nós ao pentear as palavras,
Com o seu auxílio.
Percebo que preciso buscar desembaraçá-los,
Não de vez, mas bem aos poucos e pelas beiradas.
Os nós são complexos, duradouros.
O nós é pertinente aqui dentro.
Quem dera fosse um nó de pescador ou um de correr, bem trabalhados e de fácil desatar, mas não
São, em sua maioria, cegos.
Digo que você costuma tocar em minhas feridas.
Tenho ânsia de choro por um quarto de tempo;
Nenhuma lágrima escorrega por entre a máscara de pano, dessa vez.
Falo sobre o pássaro azul de Bukowski;
Conversamos um pouco sobre esse prisioneiro e a semelhança com o que sinto.
Infelizmente, o tempo bateu
Continuaremos na próxima sexta.
Os 30 minutos são fugazes!