Lidando com as inovações

O mundo muda mesmo! É só lembrar do tempo de criança, dos brinquedos e brincadeiras que dominavam o cenário pra constatar isso. Para os mais avançados na idade, os aparatos tecnológicos presentes, quando muito, iam ao controle remoto de algum carrinho de corrida. Hoje não! Tudo é tecnologicamente avançado e presente nos “I” da vida.

Muitos lidam com essa parafernália numa boa. Os mais jovens, especialmente, sendo esse domínio estendido além dos brinquedos. Para alguns, conviver com as inovações é um suplício. Outros se escondem, ou fogem como aquele personagem que foge da cruz. As razões e explicações são as mais diversas possíveis. Muitas beiram às “mentiras sinceras me interessam”, já cantadas por Cazuza. Tipo: “Deus me livre de participar dessas tais redes sociais... Me expor assim, nem pensar...”. Esse é o lado visível, racional. Mas quem foi que disse que pra participar de redes sociais tem que se expor? Algumas pessoas até fazem isso. Mas é opção delas. Nenhuma rede obriga que você diga o local em que se encontra, ou o que está comendo naquele momento. Isso para dizer o mínimo, uma vez que alguns preferem até detalhes mais picantes de sua intimidade.

Muitas vezes é o próprio manuseio que afasta outros, mas que se negam a aceitar essa deficiência. Como há também os que, deliberadamente, querem distância do que é novo. Quem não conhece pelo menos um caso de pessoa que continua a escrever manuscrito, como se o word ainda não tivesse saído da garagem de Bill Gattes?

Mas isso sempre foi assim. Histórias de resistência ao novo é só que se tem pra contar, e as novidades nem sempre são aceitas por todos, sem reclamação. Um exemplo bem distante: Existiu, por volta do século VI a. C., um certo Lau Tseu, um importante filósofo da China antiga, considerado um homem sábio. Quando se pensava em construir caminhos, pontes e embarcações, que em muito contribuiriam para os deslocamentos e descobertas, ele se pronunciava terminantemente contra. Na visão dele, eram coisas antinaturais.

E ainda tem a história dos relógios suíços. Os caras eram tão bons na fabricação dos relógios mecânicos que, mesmo descobrindo o mecanismo dos movidos a quartzo, não acreditaram na própria invenção. O resultado disso é que americanos e japoneses botaram fé no novo paradigma e os suíços ficaram para trás.

Há também os que querem acompanhar as mudanças, até se esforçam buscando auxílio, mas os detentores desse novo saber são cruéis. Melhor dizendo, para não ser injusto: são muito impacientes. Experimente você que já não é tão jovem, buscar um ensinamento de informática com uma pessoa que domine um pouco dessa “ciência”. Ela pode até lhe ajudar, mas de uma maneira um pouco diferente. Em vez de dizer, com paciência, como se faz, lhe indicar o passo a passo, ela vai pegar o mouse (se for o caso) e fazer pra você, num instantinho. Fica tudo pronto, mas na hora em que você precisar novamente desse conhecimento vai ter que recorrer ao mesmo suporte. E fora a piadinha, que faz parte do pacote.

Uma amiga até me confidenciou: “Se você for buscar essa ajuda que está precisando, de um filho, aí é que a paciência é mais curta ainda”. Por que será?

Fleal
Enviado por Fleal em 07/07/2020
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