a gente não consegue explicar tudo quando um toque humano é quase atestado de existência

Tenho feito um grande esforço para manter meu coração leve, e tento aquecer a alma com o mesmo café quentinho que uso para ajudar nas temperaturas baixas. No país do meu peito o povo luta contra a baixa dos amores, que parece ter virado moda entre os governantes de corações tristes.

Eu não sei vocês, mas na fase que mais precisamos de acolhimento, tenho a sensação de que estamos abandonados. A mercê da própria sorte. Aqui todo mundo faz o que quer, tal qual interpretação de texto em era de mensagens digitais: terra de ninguém.

Acho que é por isso que tenho me esforçado tanto para manter a leveza e trazer mais poesia aos dias que já estão tão pesados. Também tenho me perdoado por estar usando mais o celular. Aos poucos fomos descobrindo outras tantas formas de abraçar. Se antes eu já dizia que a arte me salvava sempre, quem dirá agora.

Sinto falta dos meus amigos. Passei meu aniversário sem muitos abraços e recebi uma mensagem que dizia “eu não aguento mais ficar sem você”. A gente não consegue explicar tudo quando um toque humano é quase atestado de existência, mas sinto um grande orgulho de mim pelos amigos que conquisto. E isso me toca.

Algumas mensagens de saudade eu sigo esperando. Mesmo sabendo que não virão. No país do meu coração, o povo luta contra a baixa da coragem, que parece ter virado moda entre os governantes de corações temerosos.

A noite, antes de dormir, anoto tudo que eu gostaria de te contar. Não acho que seja um bom momento para lutar contra meus apegos. Poeme-se.

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#TextoDeQuinta

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 09/07/2020
Reeditado em 09/07/2020
Código do texto: T7000755
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