O Renaut Dalphine azul Jamaica da Tia Nega
Novamente transporto-me para minha querida Araraquara dos anos sessenta, e lembrar quando a Tia Nega comprou um carro novo. Um Renault Dalphine azul Jamaica.
Foi uma festa, pois sabia que com ele viriam muitos passeios e aventuras. E isto realmente aconteceu.
Ela, sempre carinhosa com os sobrinhos, gostava de nos oferecer longos passeios pela cidade.
Todos estes passeios tinham incluído alguns itens obrigatórios.
Os mais esperados eram: a passagem pelas fontes luminosas e também a do São Geraldo.
A segunda, bem mais modesta que a primeira, mas que igualmente nos enchia os olhos.
Outro fato digno de nota era que a Tia Nega gostava de dirigir descalça, o que para mim era algo muito diferente.
O carro não era grande o suficiente para levar todos os sobrinhos, portanto existia um tipo de escala.
O carro, cheirando a novo, era muito bonitinho e confortável para o seu tamanho.
Na verdade, os passeios pela cidade já eram tradicionais mesmo antes da aquisição da tia Nega.
Antes disso, quem assumia as excursões era a sua grande amiga Nazaré.
O seu carro, um Stud Baker cinza era ainda menor, mas era o suficiente para nos levar para os tours pela cidade.
Engraçado que nunca mais vi a Nazaré depois destes tempos, mas tenho a sua fisionomia tão bem gravada na memória, que tenho a sensação que a reconheceria de pronto se a visse de novo.
A Tia Nega lerá estas linhas e verá que foram muito gostosas e inesquecíveis, as alegrias proporcionadas pelo “Renault Dalphine azul Jamaica da Tia Nega”.
Luiz A. G. Peixoto – Em: “Minhas Memórias”