BANG BANG SOCIAL

BANG BANG SOCIAL

Fiz questão de usar o termo americanizado porque tudo contribui para essa convulsão social instalada em nosso cotidiano. Nosso cotidiano sim! Não adianta fingir que a guerra é só no morro, ela começa aqui embaixo, dentro dos nossos lares; primeiro pelo pouco cuidado que uns tem com os outros, depois pela invasão da televisão que adentra nossa casa sem pedir licença, massacrando a inocência das nossas crianças que um dia se tornarão adultos com seus inúmeros traumas sociais.

Quantos corpos, ainda, será preciso para lavar a escadaria por onde passa vidas abortadas pelo descaso de toda uma nação? É importante que cada indivíduo se coloque como ator principal em todas as questões sociais. De alguma maneira contribuímos para a perpetuação das coisas, sejam elas boas ou ruins. Isso não quer dizer que sejamos pessoas insanas, mas, além de vítimas, somos réus, porém, não é um processo consciente de culpas e culpados e, sim, uma onda que vai nos levando cheia de nuances perigosas e nem nos damos conta.

O grande problema é acharmos que tudo só acontece com os outros seja o apogeu ou a derrocada, temos uma facilidade para secar o veio do nosso rio, sempre promissor a espera do nosso amadurecimento para melhor usarmos todo o seu potencial.

Os policiais (homens) que sobem o morro levam no peito inflado a vaidade de defender uma pátria chorosa e amedrontada, refém dos seus filhos cheios de vícios e medos; os bandidos (homens) que vivem no morro estão sempre de peito aberto, sustentados por uma vazio sem perspectiva onde o grande barato é ter vícios e viciados sem medo.