Abuso sexual- um segredo a ser quebrado.

Quando o assunto é abuso sexual, tendemos a pensar que isso é algo que pode acontecer na casa dos outros, menos na nossa própria casa. Talvez, por ser um tema tão pesado para quem tem coração que só o pensamento já é o suficiente para gerar incômodo.

As orientações de especialistas no assunto é que crianças devem dormir com os pais quando houver visita em casa; quando tiver de levar alguém a mais no carro, que um dos pais vá atrás com a criança.

À mesa durante as refeições, não deixe sua criança ao lado da visita, pois é um dos lugares em que mais acontece o abuso.

No transporte escolar, fique atento quando a criança é a última ou a primeira. A psicóloga Leiliane Rocha dá essas e outras dicas de prevenção.

Pais atentos devem dar voto de confiança para sua criança, digo sua criança, porque os abusadores não escolhem gênero, muitas vezes.

Há relatos de adultos que desenvolveram alguma doença crônica não transmissível, como somatização dessa marca que carrega.

Em muitos casos o perigo está no sangue: é o próprio pai ou mãe, avós, irmãos ou outros. E, por ser tão inacreditável que quem deveria amar maltrate dessa forma, a criança é desacreditada, para seu próprio terror, afinal, quem ela pensou que poderia ajudar, lhe desacreditou.

Faz-se necessário ficar atento ao comportamento da criança: mudança brusca de comportamento para agressão ou tolhimento pode ser forte indicativo de que algo aconteceu.

Inúmeras pessoas foram abusadas e guardam consigo esse segredo, pois, além das lembranças da dor física e na alma

( onde dói mais) sentem vergonha de terem passado por tal situação. A pessoa é a vítima, mas se sente tão suja que é incapaz de manifestar que passou por isso, de forma que repercute em sua vida como um todo, mas principalmente nos seus relacionamentos amorosos e, mais além, na sua relação com os filhos, é o caso, por exemplo, da mãe que apesar de amar o seu bebê sente forte incômodo em amamentar, quase ódio do momento que deveria ser sublime e, buscando a fundo, se dá conta de que é uma reação a um abuso sofrido ainda na infância. Ou aquela pessoa que não gosta do próprio corpo e não por causa de padrões, mas buscando a fundo se dá conta de que a motivação para isso está em um abuso sofrido.

Apesar de tudo, é necessário falar, é necessário ouvir, é necessário dialogar, quer seja criança, quer seja adulto, o abuso sexual é algo que tem que ser resolvido ao máximo. Marca de abuso sexual é uma quelóide na alma, que precisa ser removida ao máximo.