FEMINISMO? TO FORA...

Sexta-feira 17: 45, Marina olha no relógio do computador, onde passa oito horas diariamente trabalhando. O celular toca e seu marido diz que já está lá fora lhe esperando. – Que sorte do Guto trabalha seis horas por dia... Mas o alivio toma conta de sua mente quando percebe que já são 18:12...fecha a janela do programa, mas antes salva o documento, pois continuará na segunda-feira, pega sua bolsa e sai.

Guto está radiante, banho tomado, camiseta limpa e muito bem passada, e com o perfume que Marina enlouquece, e ele sabe disso.

- Um chopinho meu Amor?- pergunta ele. – Com certeza. –Marina responde, tentando disfarçar o seu cabelo amarrado, como um “coque”de banana igualzinho aquele que sua mãe usava.

Foram ao já conhecido barzinho, sentaram-se na mesa de sempre, e o mesmo garçom, sorrindo já se prontificou a trazer dois chopps sem colarinho e uma tábua de frios.

Marina exausta, e feliz pois mais uma semana de trabalho se passou e teria o final de semana para descansar...- Descansar? – pensou Marina – se lembrando das roupas que deixou de molho antes de sair de manhã, da casa que pedia urgente uma boa vassoura, e do quintal que estava lotado de folhinhas do mês de Agosto, quando derrepente seus pensamentos foram quebrados por uma criança de mais ou menos 2 anos que chorava muito na mesa ao lado.

Um jovem senhor, estava somente ele e a criancinha, a qual tentava por todo custo acalmar. Percebia que estava ficando bastante irritado e envergonhado com os gritos da pequena e já não sabia o que fazer.Chamou o garçom, e Marina só conseguiu perceber o gesto negativo com a cabeça dos dois.

Marina ficou muito curiosa com aquela situação, o que será que estava acontecendo, porque a menina não parava de chorar, e porque a conversa com o garçom terminou em um gesto negativo.

Guto fez sinal de pedir mais um chopp, e quando o garçom chegou, Marina não se conteve e perguntou – Desculpe a curiosidade, mas o que está acontecendo na mesa ao lado?

- A criança precisa de fraldas limpas -respondeu o garçom. –E o Fraldário fica no banheiro feminino, então.....

Marina se silenciou por algum instante, pensou como realmente o mundo ainda é machista, onde filhos continuam sendo somente obrigação da mãe, (porque se realmente fosse dos dois, já teriam instalado fraldarios no banheiro masculino, porque não?)

Sua imaginação começou a correr e perceber, tamanha a ilusão das mulheres quanto a revolução feminina. Realmente não passava de ilusão, que por detrás dessa alegria da mulher em evidencia, havia sim um bando de homens que nunca mudaram e jamais mudarão, rindo da cara das trouxas idiotas, pois agora eles não sustentariam a casa sozinhos, dividiriam todas as despesas, ora bolas, mas não é isso que elas querem provar? Que são capazes? Ótimo, aceitamos com o maior prazer.

Enquanto isso, eles, os “nossos”homens, chegam em casa, querem jantar, assistir tv em paz, deitar e roncar como um trator, e ainda querem dar umazinha antes. As “feministas”quando retornam do trabalho mortas de fome, tem que cuidar das crianças, dar comida pro cachorro, lavar a louça da pia, passar a roupa do marido para o dia seguinte, só depois de tudo isso se lembra de que está morta de vontade de fazer xixi e tomar um bom banho, pois a fome já passou.

ORA BOLAS!!!!QUE DROGA DE LIBERDADE É ESSA.

Que diabos fizemos de nossas vidas? Onde foi parar a nossa paciência, nossa sensualidade, nossa essência de mulher? Porque? Porque?

- Preciso ir embora Guto, acabei de me lembrar que tenho uma casa para limpar cedo, e uma pilha de roupas para passar. –Também tenho que acordar cedo, vou ao clube com o Beto, amanhã é a semi-final de nosso jogo de Tênis.-responde Guto , fazendo sinal para o garçom pedindo a conta.

Marina estremeceu de Ira, mas se controlou.

Como de costume chega o garçom com os valores divididos. Marina diz gentilmente – Cavalheiros que são realmente cavalheiros pagam a conta, não sou feminista, acho que sou sim machista, se assim for conveniente, e não me olhe assim Guto, não sou eu que dito as regras, e sim a sociedade.

Guto sem entender nada, sorri, e ainda tira um sarrinho dizendo -Tá durinha amorzinho?

Mais uma vez Marina sente o seu rosto queimar de raiva.

Então Marina a partir desse momento, prometeu a si mesma que, nunca mais dividiria o cinema, a conta do barzinho, enquanto não instalarem Fraldarios nos banheiros masculinos de bares, supermercados e shopping centers.